Pesquisas mostram que “terceira via” é ilusão

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Foto: JOÉDSON ALVES/EFE E MAURO PIMENTEL/AFP

Pesquisas às quais partidos de centro tiveram acesso praticamente põem fim ao sonho de construir uma candidatura única que encarne a “terceira via”. O grupo dos “nem-nem” é heterogêneo, com mais divergências do que a convergência de ser contra o PT e o atual presidente. Os dados reforçam o que marqueteiros e pesquiseiros experientes têm dito: só o discurso do “nem Bolsonaro, nem Lula” dificilmente arrastará parcela expressiva do eleitorado. Explica um deles: a terceira via, em geral, só se viabiliza quando derruba e substitui um dos polos.

Outra grande dificuldade do centro: não basta apenas criticar, tem de apresentar opções, oferecer sonhos e esperanças aos brasileiros, hoje capturados pela polarização.

Ou seja, o discurso “nem uma coisa, nem outra” não serve como causa maior se não vier recheado de ideias, propostas e posições claras.

O exemplo é a candidatura de Geraldo Alckmin a presidente em 2018: centrava fogo em Jair Bolsonaro e Fernando Haddad ao mesmo tempo.

Desta vez, Ciro Gomes (PDT) também tem oscilado entre “bater” no petista e no atual presidente. Um marqueteiro atento observa: Ciro não conseguirá ser mais anti-Lula do que Bolsonaro nem mais anti-Bolsonaro do que Lula.

Estadão