Presidente da CPI diverge de Renan sobre culpa de Bolsonaro

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Foto: Wenderson Araujo/ Valor

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), projetou para onde, na sua opinião, os trabalhos do colegiado devem seguir pelo menos nos próximos dois meses.

Em entrevista exclusiva ao Valor nesta sexta-feira, ele afirmou que uma das principais ofensivas deve ser a acareação entre Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, e Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação da Presidência da República, como forma de esclarecer a verdade em relação às ofertas de vacinas feitas pela Pfizer.

No entendimento de Aziz, o militar é o “culpado” pela falta de imunizantes no país, responsabilidade que ainda não é possível estender para o presidente Jair Bolsonaro.

“Hoje, se eu tivesse que fazer o relatório [da CPI], o Bolsonaro não fez nada de errado”, explica. “[A culpa] é toda do Pazuello. Não sou eu que estou dizendo. É ele [Pazuello]. O presidente só é mentiroso. E mentir não prende ninguém”, ironizou, ao comentar o depoimento do ex-ministro.

Na conversa, Aziz também defendeu a prorrogação dos trabalhos da CPI, para além dos 90 dias previstos, e que as investigações tentem descobrir quem aconselhou o presidente Jair Bolsonaro a adotar uma conduta heterodoxa na gestão da crise sanitária.

Questionado, no entanto, sobre a participação do ministro Paulo Guedes (Economia) na formulação da estratégia do governo durante a pandemia, o presidente da CPI defendeu que a convocação do chefe da equipe econômica seria uma irresponsabilidade. “Não é para proteger ninguém. É para proteger o país. O Brasil tem que continuar, com equilíbrio, com credibilidade, para trazer investimentos”, disse.

Valor Econômico