Segunda dose da coronavac pode ser dada até 60 dias depois

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Foto: Pablo Jacob/Agência O Globo

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, assegurou nesta quinta-feira, durante sessão da CPI da Covid, que o intervalo de até 60 dias na aplicação da segunda dose da vacina Coronavac não anula a proteção contra o novo coronavírus. A declaração foi dada após questionamento da senadora Simone Tebet (MDB-MS).

Covas destacou que a segunda dose da Coronavac é “fundamental para completar o esquema vacinal” e garantir a imunização contra o vírus.

“28 dias é um período ideal de vacinação”, disse, ao se referir ao prazo recomendado. “Mas a vacinação posterior a 28 dias não invalida o esquema vacinal. Se vacinar com 30, 40, 60 dias não perde. Só vai demorar mais tempo para ser plenamente protegida”, completou.

Para Covas, a necessidade de aplicar novas doses da Coronavac para garantir uma maior proteção não chega a ser considerada a “terceira dose”, mas sim uma “dose de reforço” para garantir uma imunidade com duração prolongada, especialmente contra as “próximas variantes”.

O diretor do Butantan prevê que a população mundial deverá contar, no futuro, com uma “dose anual” da vacina para evitar o retorno da pandemia, que ainda não se sabe quando irá acabar. Ele disse que, por enquanto, a vacina não será capaz de evitar a chegada da “terceira onda” de contaminação no Brasil.

O depoente avalia ainda que não será possível imunizar toda a população em 2021. “Acho que não conseguimos”, afirmou.

O diretor do Butantan alertou que novas ondas de contaminação pelo coronavírus serão “turbinadas” pelas novas variantes, e a luta contra a pandemia deve se estender até o início de 2022 no Brasil.

“Estamos num momento em que tudo indica que teremos de novo um recrudescimento, agora, turbinado por algumas variantes que estão circulando entre nós. Então, essa pandemia ainda vai persistir durante 2021. Ainda vamos lutar contra ela em 2021, quiçá no começo de 2022”, afirmou.

Segundo o diretor do Butantan, o pior momento da pandemia foi vivido no país nos primeiros meses de 2021. “Março e abril foram os piores meses dessa pandemia aqui no Brasil: a segunda onda, que foi muito superior à primeira. Quer dizer, os primeiros meses deste ano mostraram a face mais agressiva dessa pandemia”, disse.

Covas defendeu a aquisição, por parte do governo, de “doses de reforço”, a serem aplicadas anualmente, para limitar a ação das novas variantes do vírus. Ele lembrou que a Buntanvac, desenvolvida pelo instituto, está sendo preparada com esta finalidade.

Valor Econômico