Admissão de médico do “gabinete das sombras” está pendente no Canadá

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Foto: Reprodução

A canadense British Columbia Institute of Technology (BCIT) informou, na noite desta quarta-feira (9/6), pelo Twitter, que a solicitação feita pelo virologista Paolo Marinho de Andrade Zanotto de morar dois anos no país para ser professor visitante na instituição está “pendente”. A informação foi publicada no perfil oficial da renomada universidade após o Metrópoles revelar que a Universidade de São Paulo (USP) autorizou o afastamento remunerado do docente pelo período de dois anos.

“Paolo Zanotto não é professor adjunto do BCIT. Esse indivíduo contatou o BCIT para organizar uma visita acadêmica de curto prazo, não remunerada e não docente, referente a pesquisa relacionada à purificação da água. Visitas internacionais dessa natureza estão sujeitas a processos internos e externos de verificação do BCIT – incluindo a aprovação da imigração do Canadá. O pedido está pendente”, afirmou o perfil, em inglês.

O biólogo, com mestrado e doutorado em virologia, virou alvo da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 após ter aparecido em vídeo revelado pelo Metrópoles sobre a existência de um “ministério paralelo”, criado para orientar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante a gestão da pandemia no país. Em seu discurso gravado, Zanotto solicita que Bolsonaro tome “extremo cuidado” com as vacinas contra a Covid-19. Naquela época, o Ministério da Saúde já ignorava e-mails da Pfizer com ofertas de imunizantes.

Ao publicar a nota de esclarecimento, a universidade canadense reforçou a defesa da ciência e o uso de imunizantes aprovados na luta contra a Covid-19. “A BCIT apoia e incentiva fortemente o uso de vacinas aprovadas, citadas por autoridades de saúde canadenses e pela Organização Mundial da Saúde como uma de nossas ferramentas mais fortes na luta contra a Covid-19”, escreveu.

Na noite desta quarta-feira (9/6), a diretoria do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) informou que o pedido de afastamento remunerado solicitado pelo virologista Paolo Marinho de Andrade Zanotto para atuar como professor visitante no British Columbia Institute of Technology (BCIT), no Canadá, foi aprovado pela maioria dos membros do Conselho Técnico-Administrativo (CTA). O caso foi antecipado pela coluna Janela Indiscreta.

De acordo com o instituto, prevaleceram aspectos legais e técnicos. “O afastamento, sem prejuízo dos vencimentos, está amparado pelo inciso IV, do artigo 40, do Estatuto do Docente da USP (Resolução USP 7.271). O prazo do afastamento também está dentro do permitido, ou seja, máximo de dois anos (Artigo 41), não haverá contrapartida financeira por parte da instituição anfitriã (Artigo 42) e toda a documentação está em conformidade ao exigido (Artigo 43)”, registrou.

Na nota encaminhada à coluna, a universidade afirmou que o requisitante também assinará termo de compromisso para obrigá-lo a permanecer na instituição estadual, após seu retorno, “por prazo não inferior ao do afastamento”.

“A solicitação está em consonância com o projeto acadêmico do requerente, uma vez que se refere a atividade de pesquisa e educação. No período de sua ausência, outro docente assumirá suas atividades no ICB-USP. Por fim, destaca-se que, até a presente data, o prof. Paolo Zanotto exerceu todas as atividades profissionais exigidas de um docente, não havendo qualquer impedimento legal ou técnico que justificasse a negação do pedido”, reforçou.

Previsto para ser analisado nesta quarta-feira, o requerimento de convocação do virologista teve a votação adiada. A autoria é do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI da Covid.

No vídeo, como mostraram os repórteres Sam Pancher e Lourenço Flores, do Metrópoles, Paolo Zanotto pediu a Jair Bolsonaro a criação de um “shadow board”, uma espécie de gabinete paralelo ou “grupo das sombras” contra a pandemia.

Além disso, Zanotto já atacou o comando da CPI da Covid e teve um post marcado como fake news pelo Facebook, conforme revelou o colunista Guilherme Amado.

Metrópoles