Lula prega aliança entre esquerda e centro
Foto: Ricardo Stuckert
Em reunião com lideranças de esquerda do Rio de Janeiro, Lula admitiu que a eleição de 2022 será “difícil”. O petista afirmou que deixou o Palácio do Planalto com 87% da aprovação e que concorrerá apenas se tiver a segurança de que não será derrotado. O ex-presidente disse que, apesar de ninguém mais acreditar, ainda não teria batido o martelo sobre sua candidatura e que pode, sim, via a apoiar outro nome.
Lula destacou que hoje é mais necessário do que nunca que a esquerda se una a lideranças de centro e forme palanques amplos para tentar derrotar Bolsonaro. Disse que só ganhou a eleição depois de entender que os 30% de votos que o PT costuma garantir nas disputas não eram suficientes e que precisava ultrapassar 50% dos votos.
Segundo os presentes no encontro desta quinta-feira, Lula deixou claro que a “solução” para as eleições de 2022 não estava dentro daquela sala, que reuniu apenas nomes da esquerda. O ex-presidente foi explícito ao dizer que é necessário “trazer mais gente”, “deixar as diferenças de lado” e ser “generoso” na construção de palanques, cedendo em nome de uma união ampla.
O petista destacou a importância do Rio de Janeiro no projeto de derrotar Bolsonaro nacionalmente, mas evitou sinalizar que o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) será o nome apoiado por ele na disputa pelo governo do Estado em 2022. Lula fez elogios ao parlamentar, mas teve o cuidado de não cravar que será Freixo o candidato no Rio. Isso fez com que vários presentes concluíssem que o ex-presidente tem outros planos em curso.
Nesta sexta-feira, Lula almoça com o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), e o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, que deve se filiar à sigla de Paes no ano que vem. Santa Cruz é visto pelo prefeito e outras lideranças como um nome melhor que o de Freixo para agregar votos de centro junto ao campo da esquerda.