Osmar Terra se explica à CPI semana que vem

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Foto: Carolina Antunes/PR

Entusiasta da tese da imunidade de rebanho e um dos principais conselheiros do presidente Jair Bolsonaro sobre a Covid-19, o deputado federal e ex-ministro da Cidadania, Osmar Terra, abrirá a série de depoimentos à CPI da Pandemia no Senado na semana que vem, na próxima terça-feira. A data da oitiva foi marcada nesta quarta pelo presidente da comissão, Omar Aziz.

Apesar de os senadores terem aprovado a sua convocação, Terra vai falar como convidado, após intervenção do presidente da Câmara, Arthur Lira, junto a Aziz. Médico, ele é um dos principais integrantes do chamado “Ministério paralelo da Saúde” investigado pela CPI e já fez inúmeras manifestações públicas minimizando os impactos do coronavírus desde o início da pandemia.

Na quarta-feira, o convocado a depor será Francisco Maximiano, sócio da Precisa Medicamentos, que representa no Brasil a fabricante indiana Bharat Biotech — responsável pela vacina Covaxin. Maximiano já teve o sigilo telefônico e telemático quebrado pela CPI na semana passada.

A participação do sócio da Precisa nas negociações é foco de suspeita entre os senadores, que consideram haver indícios evidentes que o governo brasileiro atuou para fechar contrato com a Bharat Biotech a partir do lobby de Maximiano. A operação, muito mais rápida que a de outras vacinas, é classificada, no mínimo, como “atípica” pelos integrantes da CPI.

No dia seguinte, será a vez do assessor para assuntos internacionais de Bolsonaro, Filipe Martins, prestar depoimento. Ele deve ser instado a esclarecer como atuou para auxiliar o presidente na aquisição de vacinas e insumos para o Brasil — um dos principais alvos da investigação.

Martins, por sinal, é persona non grata no Senado desde que fez um gesto considerado racista atrás do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, em março. Na semana passada, ele foi denunciado pelo Ministério Público Federal pelo ato.

Para fechar a semana, na sexta-feira, haverá depoimento da médica Jurema Werneck, representante do Movimento Alerta e diretora-executiva da Anistia Internacional, e de Pedro Hallal, epidemiologista, pesquisador e professor da Universidade Federal de Pelotas.

A fala de Jurema, como mostrou o Radar, é aguardada com grande expectativa por senadores da CPI, porque ela pode ser a responsável por quantificar as mortes evitáveis por Covid-19, de responsabilidade de Bolsonaro.

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