Reunião de Lula e Paes teve mea-culpa por impeachment de Dilma

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Foto: Ricardo Stuckert

O almoço que Eduardo Paes ofereceu a Lula e sua comitiva na última sexta-feira (11) no Palácio da Cidade, sede da prefeitura do Rio, teve piadas, troca de gentilezas e um mea culpa: Pedro Paulo, Secretário de Fazenda e Planejamento da Prefeitura e deputado federal (DEM-RJ), disse que foi um erro ter votado pelo impeachment de Dilma Rousseff em 2016.

À mesa, diante de Lula e sua comitiva, Pedro Paulo afirmou que o governo de Jair Bolsonaro fez com que ele se arrependesse de ter sido a favor do impedimento da presidente petista.

Pedro Paulo afirmou que, na época, Paes pediu que votasse contra, mas que ele não teve alternativa, porque “era muita pressão”, sem dar mais detalhes.

Além do secretário de Fazenda, receberam Lula na prefeitura os secretários da Educação, Renan Ferreirinha, de governo e integridade pública, Marcelo Calero, da assistência social, Laura Carneiro, e Felipe Santa Cruz, pré-candidato ao governo pelo PSD.

O ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia, que se ofereceu para colaborar com o programa de governo e articulações políticas da campanha, também participou do almoço.

Lula foi acompanhado de Gleisi Hoffman, presidente nacional do PT, do do presidente estadual do PT, Washington Quá Qua, do presidente da Assembléia Legislativa do Rio, André Ceciliano, do vereador Lindbergh Farias e do prefeito de Maricá, Fabiano Horta, todos petistas.

Durante a sessão de fotos, Paes e Lula posaram fazendo sinal de coração para Horta – referência ao episódio em que os grampos feitos pela Lava Jato captaram Paes dizendo a Lula que ele tinha alma de pobre por ir a Maricá, que era “uma merda” de lugar. Pelo clima entre eles, parecia que o episódio foi superado.

Ao final da refeição, que teve filé, salada, vinhos tinto e branco e sobremesa de chocolate, Lula ainda provocou Santa Cruz. Brincou que, embora Paes garanta que que não vai disputar o governo do estado em 2022, “prefeito que recebe prefeito” é porque quer ser candidato.

Mas, apesar do ambiente cordial, um gesto do prefeito do Rio chamou a atenção dos petistas: só Lula postou fotos do almoço em suas redes. Nem Paes nem nenhum dos secretários fez qualquer menção pública ao encontro.

Entenderam o gesto como “pragmático”, como forma de não irritar nem o governador Cláudio Castro (PSC) e nem o presidente Jair Bolsonaro, com quem tem atuado em conjunto em questões locais.

Com Mariana Carneiro

O Globo