Sem provas, filha de Fujimori denuncia “fraude” na eleição peruana

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Foto: Manuel Medir/Getty Images

A candidata Keiko Fujimori pediu às autoridades eleitorais do Peru nesta quarta-feira 9 que sejam anuladas 802 urnas – o que corresponde a cerca de 200.000 votos – em meio a acusações de irregularidades e “fraude” no segundo turno do pleito presidencial realizado no último domingo no país.

Keiko, que está atrás do esquerdista Pedro Castillo na apuração por cerca de 70.000 votos, apresentou o pedido à Junta Nacional de Eleições (JNE). Com 99% dos votos contabilizados, Castillo lidera a apuração com 50,2%, contra 49,7% de Keiko

“Estas 802 urnas representam 200.000 votos, que quando foram admitidos devem ser retirados da contagem nacional”, disse a política de direita. “Se acrescentarmos as 802 urnas nas quais foram apresentados pedidos de anulação e que representam cerca de 200.000 votos, e acrescentarmos 300.000 votos (de outras urnas que estão sob análise), ainda há 500.000 votos em jogo em nível nacional”, ressaltou a filha do ex-presidente Alberto Fujimori em entrevista coletiva.

Os advogados do Força Popular, legenda de Keiko, apontaram na entrevista aparentes irregularidades detectadas em seções eleitorais atribuídas ao partido Peru Livre, de Pedro Castillo. Entre elas, os dois mencionaram a suposta falsificação de assinaturas de membros de mesa em 503 urnas e de resultados de mesa em outras 132 urnas, onde não foi registrado um único voto a favor da candidata de direita.

Além disso, eles disseram que foram encontrados 65 casos em que as mesas de votação foram compostas por membros de uma mesma família, o que não é permitido por lei. “Vimos a intenção sistemática do Peru Livre de violar a vontade do povo”, afirmou Keiko.

Por sua vez, o órgão responsável pela fiscalização das eleições peruanas, o Júri Nacional de Eleições, informou que a Missão de Observadores da União Interamericana de Órgãos Eleitorais já apresentou um relatório no qual conclui que a contagem dos votos ocorreu de modo regular. A mesma conclusão foi feita pela Missão de Observação Eleitoral da OEA (Organização dos Estados Americanos).

Apesar da votação ainda não ter terminado, Castillo já se declarou vencedor na noite de terça-feira 8 e seus seguidores comemoram amplamente a conquista. O candidato argumenta que sua vantagem oficial sobre Keiko Fujimori é irreversível. “O povo falou”, disse ele em discurso em Lima.

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