Após monumento a Marighella, imagem de Marielle é vandalizada
Foto: Arquivo pessoal/Tiago Theodoro
Uma imagem da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), assassinada em 2018, amanheceu nesta sexta-feira (30) coberta por tinta vermelha e rasurada com a frase “viva Borba Gato”, no bairro de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo. O local, que fica entre as ruas Cristiano Viana e Cardeal Arcoverde, também recebeu os números “666”, que remetem a grupos neonazistas.
Nenhuma de nós será interrompida!
O ataque não foi apenas à imagem da Marielle. É um ataque a tudo que ela acreditava e defendia. Quem fez isso são os que querem um Brasil que continue massacrando as mulheres, o povo negro, os trabalhadores e as LGBTs. Por Marielle seguiremos!!!— Monica Benicio (@monica_benicio) July 30, 2021
Borba Gato foi um bandeirante, nome dado a grupos que capturavam a escravizavam negros indígenas, além de estuprarem e traficarem mulheres. No último sábado (24), uma estátua com sua imagem foi destruída no bairro paulistano de Santo Amaro — o ativista Paulo Roberto da Silva Lima, conhecido como Galo, teve prisão preventiva decretada após assumir a autoria do incêndio e afirmar que cometeu o delito “para abrir o debate”.
Além da imagem de Marielle, em Pinheiros, também surgiu vandalizada uma obra no Jardim Paulista, também na zona oeste, em homenagem ao guerrilheiro Carlos Marighella, um dos principais organizadores da luta armada contra o regime militar, assassinado em 1969 pela Ditadura.
Ativistas e políticas se manifestaram no Twitter contra ao ataque à imagem de Marielle Franco e lembraram que, três anos após sua morte, no Rio de Janeiro, o crime ainda não foi solucionado.
Uma delas foi a vereadora Mônica Benício (PSOL-RJ), viúva de Marielle. Ela escreveu que o ataque em Pinheiros não atinge apenas a imagem de Marielle, mas de outras mulheres negras e LGBTQIA+, como ela.
A deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ), que era amiga pessoal da Marielle, também se manifestou, criticando o fato de que outros ataques à memória da vereadora não tiveram autoria revelada.
Também repudiaram o ataque à imagem de Marielle os deputados federais Fernanda Melchionna (PSOL-RS) e David Miranda (PSOL-RJ), a deputada estadual Erica Malunguinho (PSOL-SP), a vereadora Érika Hilton (PSOL-SP) e o ex-candidato à presidência e à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL-SP). Leia:
O escadão Marielle Franco, em SP, amanheceu assim, manchado de tinta vermelha, com um desenho fálico e com exaltação a Borba Gato. Lamentável. Não deixaremos de homenagear as mulheres negras que lutam e lutaram pelo Brasil e de queimar estátuas de genocidas. #MariellePresente pic.twitter.com/e3goN4KwL4
— Fernanda Melchionna (@fernandapsol) July 30, 2021
A pintura em homenagem à Marielle em SP foi vandalizada com a frase “Viva Borba Gato”.
O assassino de negros e indígenas, cuja estátua foi incendiada, não chegará nunca a ter o valor do nome de Marielle que lutou contra a opressão do povo favelado e negro.Marielle presente ✊🏿✊🏾 pic.twitter.com/tdDNUETd4I
— David Miranda (@davidmirandario) July 30, 2021
O monumento em homenagem a Marielle amanheceu pixado.
Pergunto: quem tem medo de Marielle Franco? Estúpidos! pic.twitter.com/kpF5si71vu
— Erica Malunguinho (@malunguinho) July 30, 2021
Nojentos! Racistas! Capachos de genocidas e assassinos. Vamos refazer o mural de Marielle sempre que o depredarem! pic.twitter.com/lV0N09OnfY
— ERIKA HILTON 🏳️⚧️💉 (@ErikakHilton) July 30, 2021
Vergonhoso o ataque à pintura em homenagem a Marielle em São Paulo. E não queiram comparar: Borba Gato perseguia e matava negros e indígenas. Milicianos perseguiram mataram Marielle. pic.twitter.com/qOqU18HYPy
— Guilherme Boulos (@GuilhermeBoulos) July 30, 2021
Essa não é a primeira vez que uma imagem de Marielle Franco pé vandalizada desde sua morte, em março de 2018.
Meses depois do crime, dois candidatos do PSL nas eleições de 2018 arrancaram e quebraram uma placa de rua em homenagem a Marielle, no Rio de Janeiro — na época, Rodrigo Amorim, que concorria a uma vaga na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) e Daniel Silveira, que disputava uma cadeira na Câmara dos Deputados, em Brasília. Ambos foram eleitos.
Assinatura
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O Blog da Cidadania é um dos mais antigos blogs políticos do país. Fundado em março de 2005, este espaço acolheu grandes lutas contra os grupos de mídia e chegou a ser alvo dos golpistas de 2016, ou do braço armado deles, o juiz Sergio Moro e a Operação Lava jato.
No alvorecer de 2017, o blogueiro Eduardo Guimarães foi alvo de operação da Polícia Federal não por ter cometido qualquer tipo de crime, mas por ter feito jornalismo publicando neste Blog matéria sobre a 24a fase da Operação Lava Jato, que focava no ex-presidente Lula.
O Blog da Cidadania representou contra grandes grupos de mídia na Justiça e no Ministério Público por práticas abusivas contra o consumidor, representou contra autoridades do judiciário e do Legislativo, como o ministro Gilmar Mendes, o juiz Sergio Moro e o ex-deputado Eduardo Cunha.
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