Bolsonaro volta a espalhar fake news sobre vacinas

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Foto: Joédson Alves/EFE

Apesar de atribuir ao governo federal o que chama de sucesso da campanha de imunização contra a covid-19 no País, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) minimizou, mais uma vez, a importância das vacinas no combate ao coronavírus, contrariando especialistas. Em entrevista à TV Brasil, Bolsonaro afirmou, sem provas, que alguns imunizantes não protegem contra a doença e reiterou a defesa do chamado “tratamento precoce”. Todas as vacinas em uso no País, porém, foram aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) após testes de segurança e eficácia.

“Devemos focar apenas na vacina? Não, alguns tipos de vacinas não te protegem”, disse Bolsonaro, sem, desta vez, citar fabricantes. Ao longo da pandemia, o presidente fez ataques recorrentes à Coronavac, um dos carros-chefe da imunização nacional, fabricada pelo laboratório chinês Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan. O instituto é ligado ao governo de São Paulo, comandado por João Doria (PSDB), seu arquirrival político.

Em nova defesa da adoção de medicamentos sem comprovação científica no tratamento da covid-19, como a hidroxicloroquina e a ivermectina, Bolsonaro repetiu que esses remédios foram “satanizados” por um suposto lobby da indústria farmacêutica. Afirmou, ainda, que o Brasil deveria estudar a biodiversidade da Amazônia para adotar remédios naturais em pacientes com coronavírus, como “chás de árvore”. “Tomei hidroxicloroquina (quando tive covid) e no dia seguinte estava bom”, insistiu.

Ao longo da entrevista, o presidente também afirmou que pediu ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para pesquisar o uso de proxalutamida, tida por setores da oposição como a “nova cloroquina de Bolsonaro”, no tratamento da doença. A Anvisa autorizou nesta segunda-feira, 19, estudos clínicos sobre o medicamento em casos de covid-19.

Bolsonaro fez novos ataques a governadores e argumentou que os líderes estaduais não tiveram papel na busca de imunizantes. “Não queremos ter a paternidade de tudo. Mas queremos alertar: se não é o governo federal a tratar lá atrás a questão da vacina com o ministro Pazuello (general Eduardo Pazuello, então ministro da Saúde), a gente estaria até hoje com uma quantidade pequena de vacinados”, afirmou o presidente. Para a maioria dos senadores da CPI da Covid, porém, o Planalto demorou a buscar vacinas e ignorou várias ofertas da Pfizer.

Ao comentar movimento dos governadores do Nordeste, que se uniram em um consórcio para comprar vacinas, Bolsonaro novamente mencionou indícios de corrupção. “Só numa ação do senhor Carlos Gabas, que é o executivo do consórcio, foram R$ 48 milhões que sumiram. Ele comprou respiradores e não recebeu nada. Ele comprou, inclusive, numa casa de maconha”, disse Bolsonaro. Procurado, Gabas não foi localizado para comentar as afirmações do presidente.

Bolsonaro jogou a culpa da atual escalada inflacionária nas medidas restritivas tomadas por governadores para conter a disseminação da covid-19. “Na política do ‘fique em casa’, do ‘a economia a gente vê depois’, uma das consequências foi justamente a inflação”, disse ele, ao reiterar críticas a governadores e ao Supremo Tribunal Federal (STF), que, na sua avaliação, impediu o Executivo federal de atuar no combate à pandemia. Na realidade, porém, a Corte apenas deu autonomia a Estados e municípios.

Ao longo da entrevista, o presidente também atribuiu o avanço dos preços aos programas de estímulo econômico anunciados pelo governo no auge da crise de covid-19, como o auxílio emergencial. “Aqui no Brasil se consumiu mais com os programas do governo. Quando aumenta o consumo, e o mercado está preparado para atender a demanda, vem a inflação junto”, disse.

O impacto das medidas excepcionais na dívida pública foi citado por Bolsonaro em mais de uma ocasião. “Auxílio emergencial é pouco para quem recebe, mas muito para a União. Temos de ter responsabilidade fiscal”, afirmou.

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,53% em junho e 0,83% em maio, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa acumulada pela inflação no ano ficou em 3,77% e, em 12 meses, em 8,35%. A atual meta é de 3,75%, com teto de 5,25%.

Estadão

 

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