Afegãos são mortos a tiros ao embarcar em avião para fugir

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Foto: Reprodução

Em meio ao caos que se instalou no aeroporto internacional de Cabul desde domingo (15), com afegãos e estrangeiros tentando sair do país após a tomada de poder pelo Taleban, uma multidão invadiu a pista de decolagem e pessoas se penduraram em aeronaves em movimento, mostram vídeos em redes sociais.

De acordo com a agência de notícias Associated Press, autoridades já contam sete mortos na confusão no aeroporto, algumas delas após caíram da aeronave em voo.

 

Segundo um agente americano, militares atiraram para cima para tentar deter as pessoas que forçavam a entrada na área de decolagem da aeronave, que partia de Cabul com funcionários da embaixada dos EUA. O Pentágono afirmou que soldados americanos mataram dois homens armados no aeroporto.

Nesta segunda-feira (16), o governo dos EUA tomou o controle do tráfego aéreo e afirmou que a prioridade é garantir a segurança do aeroporto, que virou sede temporária da representação diplomática do país. Em meio à confusão, no entanto, suspendeu os voos militares e civis por volta das 13h (horário de Brasília) —medida que o Pentágono já tinha tomado antes, até que voltou atrás pouco depois.

“Forças militares americanas estão trabalhando junto com tropas turcas e outras tropas internacionais para esvaziar a área. Não sabemos quanto tempo isso levará”, explicou John Kirby, porta-voz do departamento de Defesa.

O chefe do Comando Central dos Estados Unidos, o general Kenneth F. McKenzie, que coordena operações militares unificadas, se encontrou no domingo com um representante do Taleban em Doha, no Qatar, e conseguiu uma garantia de que os rebeldes não vão interferir nas operações de evacuação, segundo a agência americana Associated Press.

Embaixadas de Alemanha, França e Holanda também começaram a operar a partir do aeroporto. A primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, afirmou que o foco imediato é a evacuação do país.

Segundo a líder alemã, 10 mil pessoas serão retiradas, entre as quais 2.500 afegãos que trabalharam para a Alemanha, além de ativistas de direitos humanos, advogados e pessoas que podem estar em risco.

Desde que o Taleban retomou o poder no Afeganistão, em meio à retirada de tropas ocidentais após 20 anos de guerra, multidões tentam deixar o país, com a lembrança do regime —entre 1996 e 2001— marcado pela violência e pelo desrespeito aos direitos humanos por parte do grupo fundamentalista.

Além de diplomatas, famílias foram ao Aeroporto Internacional Hamid Karzai na tentativa de deixar o país. A autoridade responsável pela aviação no Afeganistão, entretanto, disse nesta segunda-feira que o espaço aéreo foi “liberado para militares” e recomendou que empresas aéreas evitem a rota até a capital.

Desde domingo, a United Airlines, a British Airways e a Virgin Atlantic já haviam deixado de operar no espaço aéreo afegão. Nesta segunda, Qatar Airways, Singapore Airlines, Taiwan’s China Airlines, Air France e a holandesa KLM e a alemã Lufthansa tomaram a mesma decisão.

Outro movimento na cidade foi uma corrida aos bancos. O site de notícias Al Jazeera reportou que centenas de moradores formaram filas nos caixas eletrônicos para sacar dinheiro de suas contas, viabilizando uma maneira de fugir do país.

Em uma tentativa de passar uma imagem de moderação, Suhail Shaheen, porta-voz do Taleban, escreveu em uma rede social que o grupo tem ordem para não atacar a população. “A vida, a propriedade e a honra não podem ser feridas e deverão ser protegidas pelos mujahedins [guerrilheiros islâmicos]”, afirmou.

Com o temor de retaliações por parte do novo governo, militares afegãos têm tentado fugir pela fronteira com o Uzbequistão. O país vizinho, no entanto, afirmou que “forçou o pouso” de 46 aeronaves afegãs com 585 soldados a bordo por terem atravessado a fronteira ilegalmente no fim de semana.

Sem apoio americano, as tropas afegãs tentaram em várias ocasiões fugir para países vizinhos da Ásia central, sobretudo o Uzbequistão, desde o início da ofensiva taleban, em maio, quando começou a retirada estrangeira. As autoridades uzbeques dizem que 22 aviões e 24 helicópteros militares foram “forçados a pousar” por invadirem o espaço aéreo do país.

Folha  

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