Carrasco do Araguaia e amigo de Bolsonaro, coronel é condenado de novo

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Foto: Reprodução/Facebook do senador Chico Rodrigues

O coronel da reserva do Exército Sebastião Curió Rodrigues de Moura, de 82 anos, conhecido como major Curió, foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) acusado de homicídio qualificado e ocultação de cadáver.

A vítima é o camponês Pedro Pereira de Souza, conhecido como Pedro Carretel, integrante da guerrilha do Araguaia, movimento de resistência armada à ditadura militar brasileira. Ele morreu no início de 1974, no sudeste do Pará.

De acordo com o MPF, Pedro Carretel já tinha se entregado aos militares, estava preso e era obrigado a trabalhar como guia do Exército nas matas da região. Ainda segundo a denúncia, um grupo chefiado por Curió levou a vítima de uma base militar conhecida como Casa Azul, em Marabá, até uma fazenda em Brejo Grande do Araguaia, e executou o preso a tiros enquanto ele estava sentado e de mãos amarradas.

Em maio de 2020, o presidente Jair Bolsonaro recebeu o major Curió no Palácio do Planalto. Entre acusações de sequestro e homicídio, essa já é a sétima denúncia do MPF contra o militar da reserva por crimes cometidos durante a ditadura.

Segundo a denúncia, os demais membros das Forças Armadas que auxiliaram Curió a matar o guerrilheiro ainda não foram identificados ou já estão falecidos. O cadáver da vítima foi ocultado e os restos mortais não foram encontrados até o momento, registra a ação, assinada por sete procuradores da República integrantes da Força Tarefa (FT) Araguaia, do MPF.

Ajuizada no último dia 9, essa é a décima denúncia do MPF contra militares por crimes na repressão à guerrilha. No total, já são sete pelo assassinato de dez opositores à ditadura, duas pelo sequestro e cárcere privado de seis vítimas, e uma denúncia por falsidade ideológica.

Dados oficiais, relatórios produzidos sobre o assunto e investigações realizadas pelo MPF atestam que a repressão política à guerrilha do Araguaia foi responsável por quase um terço do número total de desaparecidos políticos no Brasil, destaca a denúncia.

Para o MPF, o extermínio dos guerrilheiros decorria de diretrizes padronizadas e planejadas pelo Exército, e não de excessos pontuais ou casos isolados. As práticas criminosas traduziam a política estatal que determinou o comportamento dos agentes militares no Araguaia, frisam os procuradores da República na denúncia.

Essas práticas foram especialmente violentas durante a terceira e mais sangrenta fase de combate à guerrilha, batizada de operação Marajoara, da qual Pedro Carretel foi uma das vítimas. Essa campanha militar ficou caracterizada pela eliminação definitiva dos guerrilheiros, mesmo quando rendidos ou presos com vida, e pela forte repressão aos moradores locais como forma de obter informações e impedir a perpetuação da guerrilha.

O Globo 

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