Fux só conversará com Bolsonaro se ele parar ataques

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Foto: Nelson Jr/SCO/STF

Em meio à escalada da crise, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, ouviu apelos ontem – do Legislativo e do Executivo – para que restabeleça o diálogo com o presidente Jair Bolsonaro. Ele, no entanto, tem sinalizado que não há clima para sentar à mesa com o chefe do Executivo sem que haja uma trégua nos ataques aos ministros da Corte.

Tanto o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), quanto o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, pediram ontem para que Fux marque uma nova reunião entre os chefes de Poderes. O presidente do Supremo disse a ambos que reavaliaria a questão.

No dia 5 de agosto, Fux anunciou o cancelamento do encontro e apontou que a postura de Bolsonaro – que chegou a colocar em xeque a realização das eleições no ano que vem – inviabilizava o diálogo.

Ontem, no início da sessão plenária, o presidente do Supremo contou aos colegas que havia se encontrado com Pacheco. Ele também ponderou que, apesar de ter cancelado a reunião, “o diálogo com os Poderes nunca foi interrompido”. “Eu sigo dialogando com representantes de todos os Poderes”, disse.

Fux tem dito a auxiliares que nunca parou de conversar com interlocutores do Executivo. Para voltar a tratar diretamente com Bolsonaro, no entanto, o ministro avalia ser preciso que o presidente faça um aceno de que está disposto ao debate civilizado, o que ainda não ocorreu.

Por exemplo, ontem, em evento com evangélicos, Bolsonaro disse, referindo-se ao tribunal, que sabia que no “outro Poder ao lado, uma ou outra pessoa iria atrapalhar” o governo. “Mas acreditamos que esse Supremo, aos poucos, vai mudando”. O presidente indicou o ministro Nunes Marques em outubro do ano passado e aguarda que o Senado aprove o seu segundo escolhido, o ex-advogado-geral da União André Mendonça.

Para Fux, essa “alfinetada” de Bolsonaro demonstra que o presidente ainda não está à altura do debate. Outra fala do presidente da República, durante o mesmo evento, chamou a sua atenção, por ter soado como mais uma ameaça: “Da minha caneta, tudo pode acontecer.”

O encontro entre Fux e Nogueira foi no fim da tarde, depois da sessão. Em suas redes sociais, o ministro da Casa Civil divulgou uma foto ao lado de Fux e falou em “harmonia”. Na imagem divulgada, os dois aparecem segurando um exemplar da Constituição Federal.

O líder do Centrão tem invocado o papel de “amortecedor-geral da República”. Nos últimos dias, agiu para tentar fazer Bolsonaro desistir da ideia de apresenta um pedido de impeachment contra os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso.

Responsável pela análise da abertura desse tipo de processo, Pacheco disse ontem que o impeachment é um instrumento que não pode ser “banalizado”.

Segundo ele, essa lógica vale tanto para ministros do STF quanto para o presidente da República. “Eu sou contrário à utilização do impeachment como uma solução de problemas.”

O presidente do Congresso também contou que tentou convencer Fux a retomar o diálogo com Bolsonaro e que o ministro se mostrou “muito propenso” à ideia. Ele, no entanto, admitiu que não há nada marcado, mas disse esperar que o encontro aconteça “nos próximos dias”.

“É fundamental e muito importante que esse diálogo aconteça sistematicamente. Fiz um pedido para o ministro Luiz Fux para que possamos restabelecer esse diálogo inclusive com o Poder Executivo”, afirmou.

Ele disse ainda que os dois concordaram que “o radicalismo e o extremismo são muito ruins para o Brasil e são capazes de derrotar a democracia”. “Portanto, nós precisamos evitar o radicalismo, evitar o extremismo e dar lugar ao diálogo”. De acordo com Pacheco, “a democracia não pode ser aviltada e questionada no país, como vem sendo”.

Valor Econômico

 

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