Petrobras impede que política arrase a Bolsa
Foto: Sergio Moraes – 16.out.2019/Reuters
Com um resultado robusto e o anúncio de um pagamento bilionário em dividendos, as ações da Petrobras subiram mais de 7% nesta quinta-feira (5) e foram responsáveis por impedir uma queda mais forte na Bolsa de Valores brasileira.
Os papéis da petroleira encerraram a sessão com alta de 7,64% (preferenciais, sem direito a voto) e de 9,32% (ordinárias, com direito a voto). As ações da companhia lideraram as maiores altas do Ibovespa, principal índice acionário do país.
Segundo Lucas Carvalho, analista de investimentos da Toro, o resultado reportado pela Petrobras nesta quinta (5) referente ao segundo trimestre veio muito acima do esperado pelo mercado, o que impulsionou uma valorização significativa nas ações da companhia.
“Esse resultado veio muito acima do esperado e fez preço. A companhia apresentou Ebitda [lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciações] recorde e, inclusive, divulgou um pagamento cavalar aos acionistas, entrando no hall de grandes pagadores de dividendos. Esse resultado, claro, reverbera no mercado”, afirmou o analista.
A petroleira atingiu um lucro de R$ 42,8 bilhões no segundo trimestre – ante prejuízo de R$ 2,7 bilhões registrados em igual período de 2020. O resultado veio apoiado em maiores margens de lucro nos combustíveis, maiores vendas de óleo e derivados, ganhos cambiais devido à valorização do real frente ao dólar e ganhos de participações em investimentos.
A direção da Petrobras também reafirmou a política de acompanhamento das cotações internacionais do petróleo e não descartou a possibilidade de distribuir mais do que os R$ 31,6 bilhões em dividendos já anunciados aos seus acionistas.
Apesar do forte avanço das ações da petroleira nesta quinta-feira (5), a Bolsa de Valores brasileira encerrou o dia no vermelho. O Ibovespa fechou em queda de 0,13%, aos 121.632 pontos.
Pesaram no índice as ações da Vale – que terminaram o dia com um recuo de 3,25% diante do tombo nos preços do minério de ferro – e os papéis do setor financeiro, que caíram em massa na sessão.
Além disso, investidores seguem cautelosos diante das tensões políticas e dos temores fiscais que continuam a se estender no cenário doméstico.
Nesta quinta, houve uma nova escalada nas desavenças entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o Judiciário.
Depois do fechamento do mercado houve ainda a notícia de que o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luiz Fux, cancelou a reunião entre os chefes dos três Poderes que havia convocado e afirmou que Bolsonaro não cumpre a própria palavra.
Segundo Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora, a sinalização de um ritmo mais acelerado no aumento da Selic (taxa básica de juros) por parte do Copom (Comitê de Política Monetária) na véspera, combinada aos receios sobre o rumo fiscal, também acabaram puxando o índice para baixo.
Na quarta (4) o Copom chegou a garantir pelo menos mais um aumento de 1 p.p. (ponto percentual) para a próxima reunião. O movimento fez parte da curva de juros futuros se inclinar para cima e já mirar a casa de 8% a partir de 2022.
“Para ajudar na inclinação da curva, que por si só reduz o apetite por risco e pressiona, em especial, setores como construção e varejo, existem muitas dúvidas sobre o rumo do fiscal após Bolsonaro confirmar o aumento de 50% para o novo Bolsa Família sem uma contrapartida clara de receita. O mercado está de olho nos avanços sobre a privatização dos Correios”, afirmou Ribeiro.
No exterior, os índices americanos tiveram um dia positivo. Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq Composite subiram 0,78%, 0,60% e 0,78%, respectivamente.
A maior aversão ao risco também acabou refletindo no dólar, que encerrou a sessão em alta de 0,55%, a R$ 5,2170.
Assinatura
CARTA AO LEITOR
O Blog da Cidadania é um dos mais antigos blogs políticos do país. Fundado em março de 2005, este espaço acolheu grandes lutas contra os grupos de mídia e chegou a ser alvo dos golpistas de 2016, ou do braço armado deles, o juiz Sergio Moro e a Operação Lava jato.
No alvorecer de 2017, o blogueiro Eduardo Guimarães foi alvo de operação da Polícia Federal não por ter cometido qualquer tipo de crime, mas por ter feito jornalismo publicando neste Blog matéria sobre a 24a fase da Operação Lava Jato, que focava no ex-presidente Lula.
O Blog da Cidadania representou contra grandes grupos de mídia na Justiça e no Ministério Público por práticas abusivas contra o consumidor, representou contra autoridades do judiciário e do Legislativo, como o ministro Gilmar Mendes, o juiz Sergio Moro e o ex-deputado Eduardo Cunha.
O trabalho do Blog da Cidadania sempre foi feito às expensas do editor da página, Eduardo Guimarães. Porém, com a perseguição que o blogueiro sofreu não tem mais como custear o Blog, o qual, agora, dependerá de você para continuar existindo. Apoie financeiramente o Blog
FORMAS DE DOAÇÃO
1 – Para fazer um depósito via PIX, a chave é edu.guim@uol.com.br
2 – Abaixo, duas opções de contribuição via cartão de crédito. Na primeira, você contribui mensalmente com o valor que quiser; na segunda opção, você pode contribuir uma só vez também com o valor que quiser. Clique na frase escrita em vermelho (abaixo) Doação Mensal ou na frase em vermelho (abaixo) Doação Única
DOAÇÃO MENSAL – CLIQUE NO LINK ABAIXO
https://www.mercadopago.com.br/subscriptions/checkout?preapproval_plan_id=282c035437934f48bb0e0e40940950bf
DOAÇÃO ÚNICA – CLIQUE NO LINK ABAIXO
https://www.mercadopago.com.br/subscriptions/checkout?preapproval_plan_id=282c035437934f48bb0e0e40940950bf