Sergio Reis alegava não ter medo da prisão

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Foto: Reprodução

Dois dias antes de ser alvo de uma operação da Polícia Federal, o ex-deputado federal e cantor Sérgio Reis atacou o Supremo Tribunal Federal (STF) e disse que não tinha medo de ser preso porque “não era frouxo”. As declarações foram dadas ao jornal O GLOBO. Nesta sexta-feira, Reis e o deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ) foram alvo de mandados de busca e apreensão autorizados pelo STF a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) no âmbito de um inquérito que investiga a incitação de ameaças contra a democracia.

A entrevista ao O GLOBO foi concedida na quarta-feira e aconteceu dias depois de um vídeo gravado por ele viralizar, na semana passada. No ele, Sérgio Reis aparece convocando caminhoneiros para realizarem paralisações em todo o Brasil para pressionar o STF. No vídeo, ele dizia que as paralisações deveriam acontecer dias antes do feriado de 7 de Setembro e que elas contariam com suporte como barracas e alimentação. Além do vídeo, no último domingo, foi divulgado um áudio em que o cantor afirmar estar organizando uma manifestação para dar um “ultimato” ao Senado para aprovar o voto impresso e “tirar todos os ministros do STF”. “Não é um pedido, é uma ordem”, diz Sérgio Reis na gravação.

Na entrevista, o cantor se dizia arrependido da repercussão do vídeo, mas voltou a defender manifestações contra o STF.

— No dia 7 de setembro, vai ter essa mobilização. Uma movimentação muito grande na (avenida) Paulista. Uma movimentação muito grande em Brasília. Brasília vai fechar. Mas não sou eu que decido. Essas coisas que os ministros estão fazendo prejudicam muita gente. Soltar bandido? Isso não pode. Ou a lei é cumprida ou não é. Eu não sou juiz. Eu sou um cara do povo. Como povo, eu acho que tinha que ter o impeachment — disse o cantor.

No sábado anterior, o presidente Jair Bolsonaro havia usado suas redes sociais para prometer que iria ingressar com um pedido de impeachment contra os ministros do STF Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, com quem vem se desentendendo nos últimos meses.

Na entrevista, Sérgio Reis disse que não tinha medo de vir a ser preso por suas manifestações, a exemplo do que ocorreu com o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB), preso na semana passada após decisão do ministro Alexandre de Moraes por suposta participação em uma organização criminosa digital montada para ataques à democracia.

— Não. Eu não tenho medo de ser preso. Não sou frouxo. Não sou mulher. Cadeia é para homem. Eu não saí daqui de casa. Estou aqui em casa quietinho. Se a federal vier me buscar, eu vou. Não matei ninguém. Não prejudiquei ninguém. Nunca falei mal de nenhum ministro — afirmou o cantor.

Na terça-feira, Sérgio Reis foi alvo de uma representação criminal assinada por 29 subprocuradores federais do MPF devido às declarações dadas por ele para pressionar o Congresso contra o Supremo Tribunal Federal (STF). A ação foi entregue ao coordenador criminal da Procuradoria da República no Distrito Federal (PR-DF).

De acordo com a representação, os atos de Sérgio Reis podem caracterizar crimes de “incitação à subversão da ordem política ou social” ou de “incitação ao crime”. Afirmam ainda que o fechamento das rodovias e prejuízo ao funcionamento dos serviços essenciais também podem configurar outros delitos.

A Polícia Civil do Distrito Federal (PC-DF) também abriu um inquérito contra o cantor para investigar se, com as declarações em que convocaria uma greve para paralisar o país, ele cometeu crime de ameaça, destruição de coisa alheia e expor a perigo, impedir ou dificultar o funcionamento do transporte público.

Além disso, o MPF do Pará abriu recentemente uma investigação contra a Cooperativa Kaiapó, criada em 2019 com a ajuda do cantor e que tem entre os seus principais objetivos viabilizar a exploração mineral na Terra Indígena Kaiapó, no Pará. O GLOBO apurou, no entanto, que ainda não há no inquérito informações sobre a participação de Sérgio Reis na entidade.

O GLOBO tentou contato com Sérgio Reis nesta sexta-feira, mas as ligações feitas pela reportagem não foram atendidas.

O Globo 

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