Ameaça de apagão é cada vez maior no Brasil

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Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Os brasileiros precisam começar a se acostumar com a chance de ficar sem eletricidade em casa em algum momento dos próximos meses. Com a falta de chuvas, os reservatórios das hidrelétricas estão abaixo do necessário para garantir a produção nacional.

Se o panorama atual é preocupante, no próximo mês a situação deve piorar. A tendência de chuvas não é otimista para as áreas onde o país precisa de grandes volumes para reposição dos reservatórios.

O nível do principal reservatório de geração de eletricidade, o Sistema Sudeste/Centro-Oeste, caiu quase 20 pontos percentuais em um ano. Se em agosto de 2020 a situação não era confortável, quando o índice chegou a 42,7%, agora, o problema piorou.

No último mês, a capacidade chegou a apenas 22,3%. No Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o agravamento da crise é dado como certo. Não há previsão de grandes volumes de chuvas que possam recompor o aquífero.

Com isso, o risco de falta de energia está cada vez mais forte e pode começar já a partir do próximo mês. O consultor Eduardo Menezes, que atuou em empresas de fornecimento estaduais, alerta que novembro será um mês de atenção para o consumidor – que vai pagar mais caro pela conta – e para o governo, que pode enfrentar problemas de geração.

“Nossos reservatórios estão com níveis muito preocupantes. Pequenos gestos podem atenuar o problema, como evitar o desperdício. Porém não se pode colocar a culpa inteira no consumidor”, pondera.

O especialista, a pedido do Metrópoles, analisou as previsões meteorológicas para traçar uma estimativa para as próximas semanas.

Menezes usou dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), da Administração Americana de Oceanografia e Meteorologia (NOAA, em inglês) e do Instituto Nacional de Meteorologia do Brasil (Inmet).

A conclusão é: o trimestre de setembro a novembro será caracterizado pela escassez de chuva e temperaturas acima da média para o período.

As chuvas ficarão abaixo da média histórica nos estados da região Nordeste, parte de Mato Grosso do Sul, São Paulo, sul de Minas Gerais, oeste do Paraná e de Santa Catarina.

Além disso, o fenômeno La Niña, que provoca o resfriamento da temperatura da superfície das águas do Oceano Pacífico Tropical Central e Oriental e gera uma série de mudanças nos padrões de chuvas, poderá impactar as precipitações no Sul do Brasil.

“O grande problema é que precisamos de chuvas nos locais corretos, ou seja, nas bacias hidrográficas. Não é chover perto da nossa casa. É ter pancadas nas cabeceiras dos rios. Porém o país atravessa uma estiagem prolongada, de forma que os reservatórios não conseguem se recuperar”, explica o consultor.

Segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o Subsistema Sudeste/Centro-Oeste, que responde por 70% da geração por hidrelétricas no país, está com a capacidade atual de apenas 18,14%.

O Subsistema Sul, que também atravessa um período complicado, tem volume de 26,62%. No Subsistema Nordeste, a capacidade atual é de 44,65%.

O Subsistema Norte, que atualmente apresenta o melhor panorama no país, está com 64,96%.

“O governo está promovendo um intercâmbio entre os sistemas. Tirar de onde tem pouco para colocar onde não tem, contudo, não resolve o problema nacional”, conclui.

Segundo o Ministério de Minas e Energia, a matriz de geração de energia elétrica do Sistema Interligado Nacional (SIN) é composta por diversas fontes de natureza complementar.

“Atualmente, está sendo necessária a utilização máxima dos recursos termelétricos, de modo a preservar água nos reservatórios para atender a demanda máxima de energia nos meses de outubro e novembro”, explica, em nota.

O governo alega que, além das medidas em curso do lado da oferta de energia, a pasta introduziu ações do lado da demanda, de modo a propiciar a participação de empresas e da sociedade nos programas de redução voluntária da demanda por energia, visando assegurar a confiabilidade e segurança do sistema.

“Considerando os níveis dos reservatórios e os cenários para o período chuvoso, o país deverá ter que utilizar toda a sua capacidade termelétrica no próximo ano”, explica a pasta.

O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) aprovou a realização de procedimento competitivo simplificado para contratação de energia para o Sudeste, Centro-Oeste e Sul, de 2022 até 2025.

“Essa medida visa otimizar do uso dos recursos hidroenergéticos disponíveis para enfrentamento do pior cenário de escassez hídrica da história do País, garantindo a segurança no suprimento de energia aos brasileiros”, finaliza a nota.

A reportagem entrou em contato com o ONS no meio da semana, mas não obteve resposta até a última a atualização deste texto. O espaço continua aberto a esclarecimentos.

Metrópoles

 

 

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