Atos de ontem desmoralizaram Bolsonaro nas redes
Foto: Miguel SCHINCARIOL / AFP
As manifestações a favor do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), ocorridas no feriado de 7 de setembro, foram suficientes para que o governante demonstrasse força popular nas ruas. No entanto, segundo aponta um relatório da Modalmais e AP Exata, não foram capazes de alterar a imagem negativa de Bolsonaro nas redes, que hoje é majoritária, e hashtags da oposição se sobressaíram às favoráveis ao governo. A análise mostra que a base bolsonarista está fechada nela mesmo, e, com a defesa de pauta antidemocráticas, os atos tornaram a possibilidade de um impeachment mais palatável após a reação de partidos de centro, como PSDB, PSD e MDB.
Na terça-feira, apoiadores do presidente lotaram a Avenida Paulista, em São Paulo, reivindicando, entre outras pautas, o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF). Também houve atos pró-governo em Brasília e no Rio de Janeiro, além de diversas cidades do país. De acordo com o relatório, a mobilização foi capaz de consolidar a liderança de Bolsonaro junto aos que o admiram, “a ponto de se sentir confortável em dizer que não aceitará decisões relativas a um dos poderes da República”. Aos manifestantes que se aglomeraram na capital paulista, o presidente afirmou que não aceitará mais determinações do ministro do STF Alexandre de Moraes.
No entanto, o relatório da Modalmais e AP Exata aponta que, nas redes, a desaprovação de Bolsonaro se manteve alta, mesmo com a mobilização nas ruas. As menções negativas ao presidente somavam 63%. Um dos motivos para isso, segundo a análise, é que a base bolsonarista está fechada numa bolha, como já apontavam relatórios passados, e que “se retroalimenta de informações elaboradas por canais e influenciadores identificados com as causas do bolsonarismo”.
O relatório mostra também que os sentimentos que mais aparecem em publicações que mencionam Bolsonaro são medo e tristeza, sendo seguidos de confiança. A imagem negativa do presidente também se reflete nas hashtags relacionadas às manifestações: 53,78% delas eram contrárias ao governo, enquanto as favoráveis somaram 18,94%.
No ranking das tags mais usadas, as três primeiras são contra Bolsonaro: #ForaBolsonaro, #7SForaBolsonaro e #ForaBolsonaroGenocida. Já do lado favorável ao presidente, a hashtag mais usada — e que aparece no quarto lugar do rol — foi #7deSetPelaLiberdade.
Segundo o relatório da Modalmais e AP Exata, a reação às manifestações vieram acompanhadas da pressão nas redes para que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), abra o processo de impeachment contra Bolsonaro. Isso foi intensificado com a reação que tiveram alguns partidos políticos. Nas redes, o PSDB anunciou uma reunião extraordinária com sua executiva nesta quarta-feira para discutir o afastamento do presidente.
Por fim, o relatório conclui que, em meio à disputa entre bolsonaristas e oposição nas redes, a agenda política de reformas ficou em segundo plano:
“A agenda política de reformas se enfraqueceu, ficando sem segundo plano, diante de um movimento eleitoral antecipado em mais de um ano, com nuances que ainda deixam em dúvida se ele irá transcorrer de forma pacífica”.
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