Bolsonaro fala em “guerra” ao comentar 7 de setembro

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Foto: Reprodução

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta quarta-feira (1), em evento da Marinha no Rio de Janeiro, que, para se ter paz, é preciso se preparar para a guerra. “Com flores não se ganha a guerra. Se você fala de armamento (…) Se você quer paz, se prepare para a guerra”, disse.

A fala de Bolsonaro ocorreu após a entrega de uma medalha para o boxeador Hebert Conceição, que ganhou o ouro nos Jogos Olímpicos de Tóquio. “Enfia a porrada, Hebert!”, afirmou o presidente.

Bolsonaro deu a declaração a sete dias dos protestos de raiz golpista e de pautas autoritárias em seu favor que estão marcados para o feriado de 7 de Setembro na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, e na avenida Paulista, em São Paulo. O presidente prometeu comparecer e discursar nos dois atos.

Nesses protestos, Bolsonaro espera contar com milhares de apoiadores para ganhar fôlego em meio a uma crise institucional provocada por ele mesmo, além das crises sanitária, econômica e social no país.

Isolado, Bolsonaro perde apoio nas classes política e empresarial, além de aparecer distante do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em diferentes pesquisas de opinião sobre a corrida eleitoral de 2022.

Bolsonaro foi ao Rio de Janeiro para participar de solenidade de entrega da Medalha Mérito Desportivo Militar no Cefan (Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes) da Marinha, na zona norte da cidade. Foram homenageados cinco atletas militares medalhistas que disputaram as Olimpíadas de Tóquio.

O presidente esteve acompanhado dos ministros Walter Braga Netto (Defesa), João Roma (Cidadania) e Onyx Lorenzoni (Trabalho e Previdência).

Em rápido discurso, Bolsonaro também disse que, desde o primeiro dia da pandemia, nunca deixou de “estar no meio do povo”. Omitiu, porém, que provocou aglomerações em série e ignorou as mais básicas recomendações sanitárias, como usar máscara, por exemplo.

Bolsonaro ainda afirmou que “tinha que saber como se sentiam” os milhões de trabalhadores informais que foram obrigados a ficar dentro de casa.

Em entrevista à imprensa após o evento, Hebert afirmou que a medalha pessoal recebida de Bolsonaro tem os dizeres “Clube Bolsonaro: imorrível, incomível e imbrochável” —adjetivos comumente utilizados pelo presidente para se autoelogiar.

O atleta também disse que é uma “honra imensa” ter sido reconhecido pelo presidente na cerimônia.

Um dia antes, em meio a um cenário de recrudescimento da crise institucional entre os Poderes e da escalada de discursos de cunho autoritário, Bolsonaro afirmou que a população brasileira nunca teve uma oportunidade como a que terá com os atos do próximo dia 7 de Setembro .

O presidente, porém, não deu detalhes sobre qual seria essa oportunidade e para fazer o que exatamente no feriado. As declarações foram dadas em Uberlândia (MG).

“A vida se faz de desafios. Sem desafios a vida não tem graça. As oportunidades aparecem. Nunca outra oportunidade para o povo brasileiro foi tão importante ou será importante quanto esse nosso próximo 7 de Setembro”, afirmou o presidente em discurso de improviso no interior mineiro.

Mais tarde, depois de participar de uma motociata pelas ruas de Uberlândia, Bolsonaro fez um novo discurso no qual citou que os três Poderes devem se submeter à vontade da população.

“Vocês que devem dar o norte para todos nós que estamos em Brasília. E esse norte será dado com muito mais ênfase, com muito mais força no próximo dia 7 [de Setembro]”, disse o presidente.

Em seguida, ele classificou os protestos da próxima semana como um momento ímpar, no qual ele e seus apoiadores dariam “um recado para o Brasil e para o mundo, dizendo para onde esse país irá”.

“Creio que chegou a hora, de nós, no dia 7 [de Setembro], nos tornarmos independentes para valer. E dizer que não aceitamos que uma ou outra pessoa em Brasília queira impor a sua vontade. A vontade que vale é a vontade de todos vocês”, afirmou o presidente.

Ao final do discurso, apoiadores gritaram “eu autorizo”. O discurso foi feito em cima de um trio elétrico em clima de comício. Bolsonaro estava cercado de apoiadores, e as caixas de som tocavam jingles da campanha eleitoral de 2018.

Folha  

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