Crise política derruba PIB no 2º trimestre

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Foto: Evaristo Sa/AFP

Após um começo de ano com muito otimismo, com a economia brasileira avançando 1,2%, a atividade econômica andou de lado no segundo trimestre. Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, 1º, o Produto Interno Bruto (PIB) no Brasil entre os meses de abril, maio e junho recuou 0,1% no período. De acordo com o IBGE, o resultado indica estabilidade e é a primeira variação negativa após três trimestres seguidos de crescimento econômico. Em valores correntes, o PIB, que é soma dos bens e serviços finais produzidos no país, chegou a 2,1 trilhões de reais.

Com esse resultado, a economia brasileira avançou 6,4% no primeiro semestre. Nos últimos quatro trimestres, acumula alta de 1,8%, e na comparação com o segundo trimestre do ano passado, cresceu 12,4%. O PIB continua no patamar do fim de 2019 ao início de 2020, período pré-pandemia, e ainda está 3,2% abaixo do ponto mais alto da atividade econômica na série histórica, alcançado no primeiro trimestre de 2014.

O aumento de casos de Covid-19 causados pela variante gama, em abril e a lentidão da vacinação no primeiro trimestre do ano fizeram com que as atividades econômicas tivessem comportamentos distintos, assim como houve influência de outros fatores, como o clima e a crise global de suprimentos. O desempenho da economia no trimestre vem do resultado negativo da agropecuária (-2,8%) e da indústria (-0,2%). Por outro lado, os serviços avançaram 0,7% no período. “Uma coisa acabou compensando a outra”, afirma a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.

No caso do agro, a estiagem e ondas de frio causaram prejuízos no campo e diminuíram os resultados do setor, o mais resiliente em 2020. “A agropecuária ficou negativa porque a safra do café entrou no cálculo. Isso teve um peso importante no segundo trimestre. A safra do café está na bienalidade negativa, que resulta numa retração expressiva da produção”, explica Palis.

A atividade industrial também recuou devido às quedas de 2,2% nas indústrias de transformação e de 0,9% na atividade de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos. Essas quedas compensaram a alta de 5,3% nas indústrias extrativas e de 2,7% na construção.“A indústria de transformação é influenciada pelos efeitos da falta de insumos nas cadeias produtivas. É uma atividade que não está conseguindo atender a demanda. Já na atividade de energia elétrica houve aumento no custo de produção por conta da crise hídrica que fez aumentar o uso das termelétricas”, afirma a pesquisadora.

Nos serviços, os resultados positivos vieram de quase todas as atividades: informação e comunicação (5,6%), outras atividades de serviços (2,1%), comércio (0,5%), atividades imobiliárias (0,4%), atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (0,3%) e transporte, armazenagem e correio (0,1%). Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (0,0%) ficou estável. Vale lembrar que o setor de serviços, que é o maior do PIB, foi duramente afetado pela pandemia no ano passado e vem em recuperação.

A estabilidade do PIB no segundo trimestre também reflete o consumo das famílias, que não variou no período (0,0%). “Apesar dos programas de auxílio do governo, do aumento do crédito a pessoas físicas e da melhora no mercado de trabalho, a massa salarial real vem caindo, afetada negativamente pelo aumento da inflação. Os juros também começaram a subir. Isso impacta o consumo das famílias”, observa Rebeca. O consumo do governo teve alta de 0,7%. Os investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo) recuaram 3,6% no período.

A balança comercial brasileira teve uma alta de 9,4% nas exportações de bens e serviços, a maior variação desde o primeiro trimestre de 2010. Na pauta de exportações, destaque para a safra de soja estimulada pelos preços favoráveis. Por outro lado, as importações caíram 0,6% na comparação com o primeiro trimestre do ano.

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