Dono da Havan tenta elogiar carta de Bolsonaro

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Foto: Gabriela Biló/Estadão

Luciano Hang, dono da Havan e aliado de Jair Bolsonaro, diz que não viu como um recuo a nota publicada pelo presidente na tarde de quinta (9) para tentar mitigar a crise institucional que se aprofundou no 7 de Setembro com os ataques ao STF (Supremo Tribunal Federal).

Na avaliação do empresário, a guinada do presidente foi um gesto de humildade que deve ser interpretado como um movimento de boa vontade para apaziguar o país.

“No calor da partida, todo mundo faz o seu melhor. Às vezes, até briga em campo. Dá pontapé e tal. Acabou o jogo, se abraça. É por aí”, ele afirma, em uma argumentação alinhada à carta de Bolsonaro, que atribuiu ao “calor do momento”.

Hang diz que achou fantástico e adorou a participação do ex-presidente Michel Temer na mediação da crise.

O empresário também busca apaziguar a parte da base bolsonarista que ficou incomodada com o conteúdo da carta.

“As pessoas precisam baixar as armas, pensar o país e esperar as eleições de 2022”, diz.

Na sua avaliação, qual foi o saldo da semana que começou com os protestos no dia 7 com a escalada do presidente e terminou com a carta de recuo? Eu não falo em protestos. Falo manifestações democráticas de 7 de Setembro, Dia da Independência. No meu caso, eu fui para as ruas por democracia e liberdade, como todos os brasileiros. Uma manifestação cívica, ninguém quebrou um copo. Foi uma coisa impressionante. Acho que o saldo é positivo.

No dia 8, eu publiquei na minha rede social que os Poderes precisam levantar a bandeira branca. Coloquei um post de uma bandeira branca com paz, harmonia, emprego e felicidade. É isso que o povo quer. Essa foi a minha posição do dia 8 de manhã. Liguei para o meu pessoal e disse: “Vamos publicar um post de uma bandeira branca, paz, harmonia”.

Nós temos que dar três passos para trás, todo mundo. Estou falando: eu Luciano, a Folha de S.Paulo, o Estadão, a Globo, o presidente, todos os Poderes. Precisamos dar três passos para trás, acabou a guerra, um armistício, pensar no povo, naquele povo que precisa de emprego, que necessita sobreviver. Precisamos urgentemente retomar o nosso desenvolvimento, retomar os empregos para ajudar as pessoas que realmente precisam. E vamos esperar as eleições de 2022. Chega de distensão. Chega de esticar o elástico. Deu. Eu vejo como positiva a semana. Depois do dia 7, os Poderes apaziguados.

Eu sempre digo que eu tenho concorrentes, não inimigos. Tem um monte de gente sobre quem eu já escrevi e que já escreveu contra mim, e a gente nunca se conheceu pessoalmente. Se eu encontrá-los, vou dar um abraço nos caras.

Hoje, eu fui para a loja gravar vídeos sobre o Dia do Cliente. Apareci no lugar do caixa para atender e passar os produtos dos clientes. Entre as pessoas que eu atendi, uma delas era a cunhada de um político do PT aqui da minha cidade. Na época da política, a gente é concorrente de ideias. Ela disse: “Luciano, você aqui, me atendendo?”. Eu agradeci, a abracei. Acho que isso é o que tem de prevalecer no país, que as pessoas sejam concorrentes de ideias sem serem inimigas.

Como comerciante, eu tenho um monte de concorrentes, mas não são meus inimigos. Quem atender melhor, tiver a loja mais bonita e o melhor produto, vai ganhar o cliente. Sem fazer maldade para o concorrente.

O recuo de Bolsonaro incomodou a base conservadora? É hora de as pessoas pensarem o país. Em todas as vertentes de opiniões existe o radical de um lado e o radical do outro. Cada vez que você tece uma opinião, até as minhas, às vezes, as pessoas não entendem do outro lado. Mas neste momento, as pessoas com serenidade, não importa se defende o presidente ou se é da oposição, precisam pensar o país. Estamos saindo de uma pandemia, com um desemprego do formal e do informal. Quando eu pregava que tínhamos que tratar a doença e não parar a economia, eu dizia bem isso.

As pessoas precisam baixar as armas, pensar o país e esperar as eleições de 2022. As pessoas precisam entender o momento que estamos vivendo.

Quando eu coloquei o meu post do dia 8, algumas pessoas me criticaram: “mas agora é paz?” Claro. Acabou a manifestação pacífica, vamos para a paz, para o abraço. É como quando você joga uma partida de futebol. No calor da partida, todo mundo faz o seu melhor. Às vezes, até briga em campo. Dá pontapé e tal. Acabou o jogo, se abraça. É por aí.

E o fato de a nota ter sido conduzida pelas mãos de Michel Temer também incomodou algumas pessoas. Acho fantástico da parte do ex-presidente Michel Temer, que se colocou à disposição para conversar, já que ele tinha acesso aos Poderes, de fazer essa ponte entre o presidente e os outros Poderes. Fantástico. Adorei. Acho que como brasileiro e ex-presidente ele quer o bem do país.

O seu nome é um dos envolvidos no inquérito das fake news. O ministro Alexandre de Moraes pediu a quebra dos seus sigilos. O recuo do presidente te incomoda? Eu não vejo a carta do presidente como um recuo. Eu vejo como humildade. Passada a manifestação, é hora de sentar na mesa e conversar. É hora de rever posições tomadas anteriormente. Todos. Dentro da humildade, simplicidade, generosidade. Quem tem que ganhar é o Brasil.

Dentro do inquérito das fake news, no qual o meu nome foi colocado, eu tenho absoluta certeza de que nada fiz de errado. Nunca fabriquei fake news. Sempre tive a minha opinião colocada nas redes sociais e nada fiz de errado. Estou tranquilo, acho que essa paz, essa harmonia colocada pela carta do presidente, tem que ser interpretada por todos os brasileiros como um movimento de boa vontade para apaziguar o país.

E o impacto na economia? Impacto positivo. Para investir, as pessoas precisam de confiança. E para consumir, precisam ter esperança. Com confiança e esperança, o dólar baixa, a Bolsa sobe, as pessoas compram, e os empresários investem. Neste momento, o saldo da semana é nota dez. Vou abrir um vinho para celebrar a semana que acabou.

Chegamos perto de uma greve de caminhoneiros. Aquele clima gerado no dia 7 poderia ter provocado isso. Não é risco demais ao país? No dia 7, os caminhoneiros e o agronegócio foram juntos nas manifestações por mudanças, democracia, liberdade, legalidade. Acabadas as manifestações, eu me posicionei contra uma paralisação que iria impactar uma economia já debilitada pela pandemia. Eu acho que foi muito importante a participação dos caminhoneiros e do agronegócio, como de toda sociedade, para a manifestação pacífica. Depois, no dia 8, vamos para a frente.

Toda a movimentação de quinta, com a carta e todo mundo envolvido, foi para pacificar os Poderes, e o Brasil poder andar para a frente, inclusive melhorar a vida dos próprios caminhoneiros. Quando a economia continua firme, crescendo, tem mais serviço para eles e redução do diesel. Até porque a tensão aumenta o preço do dólar e do combustível. O cara bom é o que enxerga longe e perto. Tem que pensar a longo prazo, que é investir no país, sairmos da crise e esperarmos 2022.

Folha  

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