Lula já fechou aliança até com PDT no Nordeste

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Foto: José Aldenir/TheNews2/Agência O Globo

A 13 meses das eleições, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já alinhavou os palanques de apoio à sua pré-candidatura à Presidência da República no Nordeste. Na recente incursão a seis dos nove Estados da região, sua principal base eleitoral, Lula acertou alianças com o PDT no Ceará – base eleitoral de Ciro Gomes, seu adversário no plano nacional – e com o MDB, sigla que articulou o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

“Ele fez uma rede de arrasto”, resumiu ao Valor o vice-presidente nacional do PT, deputado José Guimarães (CE), sobre as articulações encabeçadas por Lula na região.

Nessa modalidade de pesca, lança-se uma rede pesada ao fundo do mar, que arrasta para a superfície uma grande quantidade de peixes, de espécies variadas. O dirigente petista ressalva que são conversas iniciais e que os impasses pontuais “o tempo se encarregará de resolver”.

Num momento em que o ex-governador Ciro Gomes subiu o tom dos ataques contra Lula, empenhado em atrair o eleitor antipetista, o PT vai reeditar a aliança de 16 anos com o PDT no Ceará. “Não se mexe em time que está ganhando”, argumenta o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi.

O palanque articulado entre as duas siglas destina a cabeça de chapa ao PDT. O ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio deve ser o candidato ao governo cearense, mas não se descartou ainda o nome da atual vice-governadora Izolda Cela (PDT).

Izolda assumirá a chefia do Executivo local em abril, quando o governador Camilo Santana (PT) se desincompatibilizar do cargo para concorrer ao Senado.

Lupi minimizou a radicalização de Ciro Gomes no plano nacional contra Lula e o PT. Alegou que a aliança entre as duas legendas no Ceará é longeva e bem-sucedida. Acrescentou que PDT e PT reeditaram a aliança em 2018, no mesmo cenário de embate nacional, com Ciro e Fernando Haddad disputando a Presidência da República.

Segundo Lupi, cada candidato majoritário pedirá votos para o seu postulante à Presidência: o pedetista dará palanque para Ciro, enquanto Camilo fará campanha para Lula.

Em paralelo, o PT tem palanques avançados com o MDB no Piauí, Maranhão, Rio Grande do Norte, Paraíba e Alagoas. As sequelas do impeachment foram superadas. No começo do ano, o PT apoiou a candidatura do deputado Baleia Rossi (SP), presidente nacional do MDB, à presidência da Câmara.

Baleia tem dado declarações de que um postulante da terceira via une mais o MDB, mas ele respeitará as discussões regionais.

No Piauí, a cabeça de chapa e a vaga ao Senado ficam com o PT. O candidato à sucessão do governador Wellington dias (PT) é o secretário estadual de Fazenda, Rafael Fonteles (PT). Por sua vez, Dias tentará voltar ao Senado.

O candidato a vice-governador será um nome escolhido pelo grupo do senador Marcelo Castro, presidente do MDB local, e antigo aliado do PT. Castro foi ministro de Dilma Rousseff e votou contra o impeachment.

O principal adversário da chapa PT-MDB emergirá do grupo político do ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), e dará palanque ao presidente Jair Bolsonaro no Estado. O nome favorito de Nogueira para a missão é o da deputada Iracema Portella (PP-PI), sua ex-mulher e aliada de primeira hora.

No Maranhão, Lula terá o apoio do grupo político do ex-presidente José Sarney, com quem se reuniu em um jantar no dia 19 de agosto em São Luís. A ex-governadora Roseana Sarney vai disputar uma vaga de deputada federal.

Lula tenta construir um palanque único no Estado tendo o senador Weverton Rocha (PDT) na cabeça de chapa e o governador Flávio Dino (PSB) concorrendo ao Senado. Mas Dino tem o apoio de uma ampla frente partidária: seus aliados vão se reunir em novembro para definir o postulante do grupo ao governo.

No Rio Grande do Norte, Lula reuniu-se com o ex-presidente do Senado Garibaldi Alves e com o presidente do MDB estadual, deputado federal Walter Alves, que é filho dele.

O MDB comporá a chapa da reeleição da governadora Fátima Bezerra (PT), mas há duas possibilidades de formato do palanque: Garibaldi pode disputar uma nova vaga de senador; ou concorrerá a uma vaga de deputado federal, enquanto Walter Alves despontaria como o candidato a vice da petista.

Em Pernambuco, também será reeditada a aliança histórica entre PT e PSB – o objetivo principal é contar com a sigla do governador Paulo Câmara na coligação nacional encabeçada por Lula.

No Estado, o PT apoiará a candidatura do ex-prefeito de Recife Geraldo Júlio ao governo, mas há ruído na disputa ao Senado. O PSB quer a vaga para Câmara e o PT, para o ex-prefeito de Recife João Paulo Lima. Uma das ofertas sobre a mesa é uma vaga para Câmara no ministério de Lula, caso o petista seja eleito.

Ainda em Pernambuco, o MDB do senador Jarbas Vasconcelos e do deputado federal Raul Henry também fechou com Lula. Sem espaço na sigla, o prefeito de Petrolina, Miguel Coelho – filho do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho – trocou o MDB pelo DEM e pretende concorrer ao governo.

PT e MDB também devem caminhar juntos em Alagoas e na Paraíba. Em Sergipe, o PT lançará ao governo o nome do senador Rogério Carvalho, que ganhou projeção nacional com sua atuação na CPI da Covid.

Na Bahia, conforme mostrou o Valor, o senador Jaques Wagner (PT) encabeça a chapa estadual e Otto Alencar (PSD) tentará a reeleição ao Senado. Em contrapartida, Ciro Nogueira tentará levar o PP, hoje na aliança petista, para a chapa adversária encabeçada pelo ex-prefeito de Salvador ACM Neto (DEM).

Valor Econômico

 

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