Bolsonaro não vende Petrobras para evitar “complicação”

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Foto: PABLO JACOB/Agência O Globo

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira (25) que a privatização da Petrobras “está no nosso radar”, mas o processo de desestatização é “uma complicação enorme”. Para Bolsonaro, é preciso considerar ainda que retirar o monopólio do Estado para entregar a uma empresa privada pode ser “até pior”.

“[A privatização] entrou no nosso radar. Mas privatizar qualquer empresa não é, como alguns pensam, pegar empresa, botar na prateleira, amanhã quem der mais leva embora. É uma complicação enorme. Ainda mais quando se fala em combustível, né. Se você tirar do monopólio do Estado que existe e colocar no monopólio de uma pessoa apenas particular fica a mesma coisa ou talvez até pior”, argumentou Bolsonaro, em entrevista a uma rádio de Três Lagoas (MS).

Para o presidente, a escalada de aumento no preço dos combustíveis passa, entre outros fatores, por casos de corrupção e má gestão da estatal de petróleo em governos anteriores.

“Nós já vendemos duas refinarias, são 13, se não me engano. Pretendemos vender mais, mas vender com responsabilidade. O que a gente precisa aqui é fazer uma refinaria no Brasil, nós não temos dinheiro para tal. Se nós tivermos um preço desajustado com o preço lá de fora, o capital interno ou externo não vai querer fazer uma refinaria no Brasil”, argumentou.

Com a alta no preço do barril de petróleo, o reajuste de combustíveis é uma “realidade” no mundo, ponderou Bolsonaro. “Não sou malvado, eu não quero aumento de combustível, mas é uma realidade”, disse o presidente. “Mas não posso interferir no preço de nada”.

Na entrevista, o presidente também comentou a suspensão de exportações de carne bovina do Brasil para a China, desde o início de setembro, depois do registro de dois casos atípicos do mal da vaca louca. Sem apresentar indícios ou provas, o presidente afirmou que é “fraudulenta” a informação sobre a doença.

“Caiu pouco mais de 10% o preço da arroba tendo em vista que a China já está há três ou quatro semanas sem receber carne de nós por uma notícia, no meu entender fraudulenta, mentirosa, de uma vaca louca em Minas Gerais. E a questão da vaca louca, você tenha certeza que a análise foi feita em outro país, se não me engano os Estados Unidos, e não de uma pessoa apenas. Olha a irresponsabilidade de uma pessoa ao falar que uma vaca em tal fazenda morreu de vaca louca, isso ganha notícia ruim”, finalizou.

Bolsonaro afirmou que a CPI da Covid provocou uma “repercussão negativa forte” no exterior diante das acusações que pesam contra ele. Isso, admitiu, “prejudica” o ambiente de negócios. O relatório final da comissão está prevista para ser votado nesta terça-feira (26).

“Por mais que nós saibamos o que acontece lá, até pelo perfil daqueles três senadores, há uma repercussão negativa forte fora do Brasil, sabemos disso. E me rotulam como genocida, curandeiro, falsificador de documentos, exterminador de índios. É um absurdo o que esses caras fizeram. Mas tem repercussão fora do Brasil. Isso prejudica o nosso ambiente de negócios, não ajuda a cair o preço do dólar, leva uma certa desconfiança para o mundo lá fora”, pontuou.

Bolsonaro ataca de maneira reiterada o relator da comissão, Renan Calheiros (MDB-AL), o presidente Omar Aziz (PSD-AM) e o vice-presidente Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Para o presidente, a comissão não tem credibilidade, mas conseguiu fazer um “estrago” ao governo.

“Aqui dentro tem alguma repercussão negativa, tem muita gente que acredita. Lá no relatório da CPI os crimes que estão imputando a mim é ter retardado a aquisição de vacina. Então há um estrago feito por parte da CPI que atrapalha a todo nós. Isso reflete quando você fala em dólar, aumento do combustível”, acrescentou.

Valor Econômico  

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