Lira prepara retaliação a “traidores” da PEC do MPF

Todos os posts, Últimas notícias

Foto: Cleia Viana/ Agência Câmara

Deputados que votaram contra a vontade de Lira afirmam que o presidente da Câmara já fez isso antes, como quando retirou de Aguinaldo Ribeiro (Progressistas-PB) a relatoria da reforma tributária e também a liderança da maioria. Aguinaldo não apoiou Lira na campanha para o comando da Câmara. Outro exemplo é a articulação para aumentar o fundo eleitoral. Congressistas afirmam ter ficado de fora da distribuição de emendas após declararem ser contra o aumento.

A proposta rejeitada na quarta aumenta a influência do Poder Legislativo no CNMP, que tem a função de fiscalizar o Ministério Público. O texto foi batizado por procuradores como “PEC da Vingança”, que encararam a iniciativa como uma reação da classe política contra investigadores e operações que apuram corrupção, como a extinta operação Lava Jato.

Um dos cinco deputados do Progressistas que votaram contra a vontade do presidente da Câmara, Jerônimo Goergen (RS), disse que a proposta “passa para a sociedade uma imagem negativa”. “Mais uma vez o Congresso perde a oportunidade de melhorar o que está precisando ser melhorado e, ao final, passa para a sociedade uma imagem negativa”, afirmou.

O parlamentar disse que mudanças no CNMP são necessárias, mas não do modo como as discussões foram feitas. Mais de uma vez, Lira tentou votar uma versão do parecer do deputado Paulo Magalhães (PSD-BA) no mesmo dia em que ele foi apresentado, sem dar tempo para discussão.

No Centrão, a maior defecção foi no PSD. Inicialmente, o partido se mostrou favorável ao texto, que inclusive foi relatado por um filiado, o deputado Paulo Magalhães. No entanto, durante a sessão, a legenda deu 13 votos contrários, incluindo o do líder da bancada, deputado Antonio Brito (BA).

Aliados de Lira reclamam que os deputados da sigla descumpriram o acordo e deram no dia da votação uma noção errada do tamanho do apoio que o texto tinha. Alguns deputados do PSD, entre eles o próprio líder Brito, votaram contra o requerimento de adiamento da discussão, dando a entender que apoiaram o texto na votação de mérito, o que não aconteceu.

Até o resultado da votação, a expectativa era que a PEC seria aprovada. “Esse texto que está sendo aprovado aperfeiçoa o controle social dessa instituição, o Ministério Público”, discursou o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), autor da proposta, minutos antes de o painel de votação ser aberto.

O deputado Fábio Trad (PSD-MS) foi um dos que votaram contra o texto relatado pelo colega de partido. Trad justificou a posição por não ter se convencido “de que no mérito a PEC aperfeiçoaria o MP”. “Penso que existem, sim, distorções no MP e abusos praticados por alguns de seus membros, porém, devemos combatê-los sem que se comprometa a atividade finalística de toda a instituição”, afirmou.

Apesar da derrota, o presidente da Câmara não descartou retomar o tema e resgatar o texto original de Paulo Teixeira sobre a iniciativa. “Nós temos um texto principal, temos possibilidades regimentais. Vamos analisar o que mudou em três votações para fazer uma análise política. O jogo só termina quando acaba”, disse Lira após o resultado da votação.

O deputado do PT de São Paulo conversou com Lira logo depois da votação na quarta. “A disposição dele era votar, mas preciso ver o que amadureceu. Ele quer votar, mas não sei qual a estratégia que ele definiu ainda”, disse o petista. No entanto, há dúvidas regimentais se um texto do mesmo assunto, mesmo que seja uma versão diferente, pode ser votado duas vezes dentro do mesmo ano legislativo.

Procurado, Lira não se manifestou.

Estadão  

Assinatura
CARTA AO LEITOR

O Blog da Cidadania é um dos mais antigos blogs políticos do país. Fundado em março de 2005, este espaço acolheu grandes lutas contra os grupos de mídia e chegou a ser alvo dos golpistas de 2016, ou do braço armado deles, o juiz Sergio Moro e a Operação Lava jato.

No alvorecer de 2017, o blogueiro Eduardo Guimarães foi alvo de operação da Polícia Federal não por ter cometido qualquer tipo de crime, mas por ter feito jornalismo publicando neste Blog matéria sobre a 24a fase da Operação Lava Jato, que focava no ex-presidente Lula.

O Blog da Cidadania representou contra grandes grupos de mídia na Justiça e no Ministério Público por práticas abusivas contra o consumidor, representou contra autoridades do judiciário e do Legislativo, como o ministro Gilmar Mendes, o juiz Sergio Moro e o ex-deputado Eduardo Cunha.

O trabalho do Blog da Cidadania sempre foi feito às expensas do editor da página, Eduardo Guimarães. Porém, com a perseguição que o blogueiro sofreu não tem mais como custear o Blog, o qual, agora, dependerá de você para continuar existindo. Apoie financeiramente o Blog

FORMAS DE DOAÇÃO

1 – Para fazer um depósito via PIX, a chave é edu.guim@uol.com.br

2 – Abaixo, duas opções de contribuição via cartão de crédito. Na primeira, você contribui mensalmente com o valor que quiser; na segunda opção, você pode contribuir uma só vez também com o valor que quiser. Clique na frase escrita em vermelho (abaixo) Doação Mensal ou na frase em vermelho (abaixo) Doação Única

DOAÇÃO MENSAL – CLIQUE NO LINK ABAIXO
https://www.mercadopago.com.br/subscriptions/checkout?preapproval_plan_id=282c035437934f48bb0e0e40940950bf

DOAÇÃO ÚNICA – CLIQUE NO LINK ABAIXO
https://www.mercadopago.com.br/subscriptions/checkout?preapproval_plan_id=282c035437934f48bb0e0e40940950bf