Manifestantes não-petistas criticam petistas em protesto de sábado

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Foto: Fotoarena/Infoglobo

O presidenciável do PDT, Ciro Gomes, não foi o único político hostilizado na Avenida Paulista durante a manifestação pelo impeachment de Jair Bolsonaro, no último sábado (2). O ataque contra o pedetista, com paus e pedras, foi mais grave. Mas sobraram vaias também para a ex-petista Heloísa Helena, hoje na Rede Sustentabilidade, para o presidente do PSB, Carlos Siqueira, e até para a presidente da UNE, Marianna Dias, que é do PC do B.

Na hora, a opção de todos foi não chamar a atenção para a situação, mas o mal-estar provocado pelas agressões está levando os líderes de oposição não-petistas a reavaliar sua presença e até o formato dos próximos atos contra Jair Bolsonaro.

“No meu caso nem foi o PT, foi o PCO (Partido da Causa Operária), esse partido sem voto e que nem vereador tem”, contou Siqueira, do PSB, que lamentou principalmente as agressões contra Ciro Gomes. “Nos entristece isso acontecer num momento em que buscamos a unidade. Temos que refletir se vale a pena continuar dessa forma.”

Siqueira é um dos dirigentes de esquerda que estará com Lula em reunião em Brasília nesta terça-feira para discutir, entre outros assuntos, a composição de alianças para 2022.

Não que o PSB pense em abandonar o “Fora Bolsonaro”. Mas o partido considera que talvez seja mais proveitoso se concentrar na busca de aliados para 2022 nos estados.

No PDT, os ataques com paus e pedras a Ciro Gomes estão fortalecendo a ideia de descentralizar as manifestações, criando palanques próprios fora da Paulista, onde tanto Ciro quanto líderes de outras agremiações possam discursar sem serem alvos de petistas e lulistas e, principalmente, sem ter de se submeter ao monopólio do PT sobre os atos.

Também no caso de Ciro os ataques partiram do PCO. O presidente da sigla, Rui Costa Pimenta, chamou o candidato do PDT de canalha pouco antes de ele subir ao palanque. Mas não só. Vestidos com camisas da CUT e gritando “vai para Paris!” militantes petistas cercaram o carro do pedetista e agrediram assessores, seguranças e aliados.

“Eles não gostam quando a gente denuncia que o PT adotou o mesmo modelo econômico do PSDB e o mesmo presidencialismo de coalizão, que levou ao mensalão e ao petrolão. Mas uma coisa é o Fora Bolsonaro, outra coisa é a eleição”, diz o presidente do PDT paulistano, Antônio Neto. No domingo, depois dos ataques, Ciro deu uma entrevista coletiva em que pediu aos petistas uma “trégua de Natal” entre para derrubarem Bolsonaro.

Ao responder a Ciro, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, ironizou. “O PT está em trégua há muito tempo”, disse ela à colunista Mônica Bergamo, da “Folha de S. Paulo”. Gleisi ainda disse estar feliz porque Ciro, que tem feito ataques ao PT, concorda com ela.

O PT se queixa, por exemplo, das peças publicitárias críticas a Luiz Inácio Lula da Silva feitas pelo marqueteiro de Ciro, João Santana. Em uma delas, ele provoca Lula ao dizer que faltam propostas ao ex-presidente, que só promete picanha e cerveja ao eleitor.

Mas, apesar do pedido de trégua, não há sinal de que o PDT vá mudar de estratégia eleitoral. Para o partido, o que está em jogo é a vaga de quem vai enfrentar Lula no segundo turno em 2022, dado o desgaste de Bolsonaro com a pandemia e a inflação. Por isso, os pedetistas acham que fazer uma aliança que contemple também os setores de centro que estão sendo expulsos dos atos Fora Bolsonaro é questão de sobrevivência.

Na mesma linha vai o PSB, que tenta separar a mobilização contra Bolsonaro das discussões eleitorais. Para Carlos Siqueira, o partido precisa de alianças amplas para eleger seus principais candidatos a governador no ano que vem.

No Rio, por exemplo, ele considera que a aliança prioritária para eleger Marcelo Freixo é com o PSD, de Eduardo Paes e Gilberto Kassab. Em Pernambuco, onde a petista Marília Arraes pleiteia se candidatar ao governo, não há chance de a sigla abrir mão da cabeça de chapa na sucessão do governador Paulo Câmara (PSB). “Aliança se faz com os diferentes. Não se vence uma eleição sem buscar o centro político”, diz Siqueira.

O Globo 

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