Mercado ainda não ‘absorveu’ rombo no teto
Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados
A semana vai ser agitada nos mercados com resultado dos juros do Copom, caminhoneiros pressionando por greve, petróleo em alta, resultados das empresas e, claro, o desenrolar sobre a mudança do teto de gastos. A bolsa caiu mais de 7% na semana passada em função das mudanças no teto para abrigar recursos para o Auxílio Brasil e também para as emendas parlamentares, dinheiro que é usado para obras em todo o país e considerado vital pela ala política do governo em ano de eleições. O arranjo foi costurado por meio da PEC dos precatórios que tramita na Câmara dos Deputados, mas ainda não se sabe como o Senado, que vem derrubando sistematicamente os projetos do governo, vai lidar com a PEC. Na sexta-feira, se falava que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, havia chegado em um consenso com os líderes para dar um bom encaminhamento na pauta. Mas como disseram pessoas próximas ao senador à coluna: isso era na sexta-feira. A grande mudança que pode ter acontecido é que agora Pacheco é quase que oficialmente o candidato do PSD à presidência da República, o que significa na leitura de analistas que não será ele a dificultar o andamento de um projeto que permite o aumento do novo Bolsa Família.
Outro ponto de estressa da semana passada foi a dúvida sobre a sustentação de Paulo Guedes. Durante o fim de semana, o ministro passeou com o presidente Jair Bolsonaro para dar mais um sinal de que continua no cargo. A coletiva que deu com o presidente ajudou a acalmar o mercado na sexta-feira depois da debandada de quatro secretários da equipe econômica. A dúvida agora é se o mercado já botou totalmente no preço a mudança do teto e se não vai haver a mudança da mudança. A crise já mudou a expectativa com os juros e o boletim Focus já registra uma Selic de 8,75% até o fim do ano e de 9,5% o fim do próximo ano.
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