Presidente da Câmara ficou assustado com má imagem do Brasil
Foto: Reprodução
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, voltou da Itália preocupado com a má imagem do Brasil no exterior em temas ambientais, e por isso decidido a acelerar a votação de projetos ligados ao meio ambiente que estão parados no parlamento. A idéia é que o Brasil tenha o que apresentar na Cop-26, a conferência do clima que ocorre na primeira semana de novembro em Glasgow, na Escócia.
Lira ficou impressionado com o que viu e ouviu a respeito do Brasil na semana passada, quando foi participar de uma conferência de presidentes de parlamentos do G-20 e da Pré-Cop26, o encontro preparatório que reuniu deputados de vários países.
Além de perceber um clima de grande desconfiança contra o país em relação a temas ambientais, ele também ouviu relatos de diplomatas brasileiros sobre as dificuldades em defender o Brasil no exterior quando o assunto é meio ambiente. Nos painéis em que os membros da missão brasileira falavam, eram notáveis as expressões de desaprovação.
O presidente da Câmara acha que os líderes estrangeiros compraram uma “narrativa complicada” sobre o país. “Criaram um discurso de que o Brasil está contra o resto do mundo na questão ambiental”, diz Lira, para quem a imprensa brasileira contribuiu para a má imagem do país lá fora. “Os estrangeiros dão copia e cola em todas as notícias”.
O vídeo da reunião ministerial em que o ex-ministro do meio ambiente Ricardo Salles falava em mudar regras e regulamentos infralegais para “ir passando a boiada” até hoje reverbera na Europa.
Lira acha que, para combater essa má imagem, “é preciso mostrar que meio ambiente é uma questão de estado e não de governo”. Por isso, voltou falando em convocar deputados que já têm projetos em tramitação na Câmara que possam ser bem avaliados no exterior e que estejam em condições de serem aprovados com rapidez.
O principal é o projeto de lei do deputado Marcelo Ramos (PL-AM) que cria o primeiro marco legal para a criação de um mercado interno de créditos de carbono. Um outro projeto, que já está no Senado, regula e incentiva a instalação de pequenas centrais geradoras de energia a partir de fontes limpas e renováveis.
A questão é que o texto de Ramos está na comissão de meio ambiente e espera desde julho pelo parecer da deputada Carla Zambelli (PSL-SP), que além de presidente da comissão é a relatora. Até a semana passada, ela era contra aprovar o texto antes da Cop 26, argumentando que a conferência do clima poderia alterar os acordos internacionais que tratam da negociação de créditos de carbono e tornar necessárias alterações na lei.
Nos próximos dias, Lira vai tentar negociar um texto de consenso e tentar convencer Zambelli a acelerar o passo.
Mas, para ambientalistas, embora positiva, a aprovação de um projeto para o mercado de carbono não será suficiente para melhorar a percepção sobre o Brasil no exterior.
“O que interessa do Brasil nessas conferências é a questão do desmatamento, e para desmatamento tudo o que o Lira encaminhou até hoje na Câmara agrava o problema, e portanto piora a imagem externa”, diz Marcio Astrini, diretor da ONG Observatório do Clima. Ele se refere ao projeto que flexibiliza as normas para o licenciamento ambiental, o que regulamenta a regularização fundiária das ocupações de terras da União (chamado de PL da Grilagem) e o que dificulta a demarcação de terras indígenas. Todos estão tramitando na Câmara.
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