Doria quer que outros candidatos adiram ao seus 2%

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Foto: Evaristo Sá/AFP

Após ser escolhido nas prévias anteontem, o governador de São Paulo e candidato do PSDB à Presidência, João Doria, começa a atuar, agora, na tentativa de construção de uma terceira via contra a polarização entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente Jair Bolsonaro.

Nas próximas semanas, o paulista deve se reunir com outras forças do centro político que ensaiam entrar na disputa, como o ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro (Podemos), a senadora Simone Tebet (MDB-MS) e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Antes disso, porém, ele deverá reconstruir as pontes no próprio PSDB após uma campanha marcada por ataques mútuos e que aprofundou divisões internas. Líderes tucanos defendem que Doria faça uma concessão ao governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que saiu derrotado das primárias, e o incorpore à sua campanha.

Doria disse ontem ao jornal “Folha de S.Paulo” que convidou o gaúcho para uma “posição de protagonismo” no seu time e que marcou uma conversa com ele na volta de uma missão empresarial em Nova York, entre 1º e 5 de dezembro.

Embora também tenha adotado tom conciliatório após a votação, Leite disse ao GLOBO desconhecer qualquer reunião com Doria e afirma que não recebeu nenhum convite. O gaúcho afirmou que o “diálogo sempre foi sua marca”, mas deixou claro que o seu foco será no governo estadual.

— Desejo sorte a Doria em sua campanha presidencial, mas tenho o Rio Grande do Sul para governar até o último dia do meu mandato. As prévias demonstraram que temos estilos e métodos diferentes de campanha. Penso que deve haver uma sinergia entre candidato e coordenador maior do que o simples fato de estarem no mesmo partido — disse.

Se o gaúcho não parece tão entusiasmado, Moro fez um gesto em direção aos tucanos. Após o resultado das prévias, o ex-juiz parabenizou Doria pela vitória e Leite, segundo suas palavras, “pelo bom combate”.

Com piso maior nas pesquisas de intenção de voto, até em razão da fama conquistada na Operação Lava-Jato, Moro tem sido cotado nos bastidores para uma eventual composição com Doria.

Apesar disso, o entorno do governador paulista acredita que ele crescerá nas pesquisas e diminuirá sua rejeição paulatinamente agora que as primárias terminaram. Aliados argumentam que Doria patinava nas pesquisas porque a população ainda não sabia que ele era candidato. Apostam, também, que o legado da Coronavac, primeira vacina contra a Covid-19 a ser aplicada no país, o ajudará.

Em entrevista à “CNN Brasil”, ontem, Doria fez acenos a Moro. Simone Tebet e Pacheco também foram citados.

— Tenho boas relações com Sergio Moro e tenho respeito por ele, não haveria nenhuma razão para não manter relações com alguém que ajudou o Brasil, com alguém que contribuiu com a Lava-Jato, assim como Simone Tebet, uma brilhante senadora, e o senador Rodrigo Pacheco, com boa postura e equilíbrio — disse o tucano.

Moro é visto no PSDB como um potencial aliado na campanha presidencial, ainda que líderes experientes elenquem alguns entraves para que ele seja cabeça de chapa. Primeiro, é um nome ancorado quase exclusivamente na bandeira do combate à corrupção, enquanto o país vive grave crise social e econômica. Segundo, por ter se filiado a um partido pequeno, que dispõe de menos recursos para uma disputa nacional e que costuma ter seu foco voltado para fortalecer sua bancada de deputados.

Outro ponto é que tucanos desconfiam da capacidade de articulação política do ex-juiz. Lembram também da sua dificuldade de relacionamento com o Congresso quando foi ministro da Justiça. Nesse contexto, fontes do PSDB avaliam que Moro poderia ser um bom vice. O Podemos, porém, o trata como candidato a presidente.

Um efeito colateral da definição das prévias tucanas é o destravamento de alguns movimentos políticos que aguardavam o resultado da eleição interna. Um deles é a saída do ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, do PSDB. Ele tem sinalizado que migrará para o PSD para concorrer novamente ao governo. Outra possibilidade é se filiar ao PSB para ser vice de Lula. O ex-governador deve levar com ele um grupo de ex-prefeitos, vereadores e quadros históricos da sigla no estado.

O Globo

 

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