Filiação de Bolsonaro ao PL afeta governador do Rio

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Foto: Gabriel de Paiva / Agência O Globo

A ida do presidente Jair Bolsonaro ao PL deve mexer com o xadrez eleitoral da disputa ao governo do Rio. Com sua filiação à sigla do Centrão, o mandatário se tornará correligionário do governador Cláudio Castro, que já era seu aliado, mas que há tempos evitava deixar tão explícita a aliança devido à queda de popularidade do titular do Palácio do Planalto. Além disso, a troca de legendas fará com que, no Rio, o presidente tenha que dividir o palanque com políticos investigados — e alguns condenados — por práticas ilícitas, como o ex-governador Anthony Garotinho, que integrará o União Brasil, fruto da fusão entre PSL e DEM. O futuro partido selou na noite de segunda-feira seu endosso à reeleição de Castro.

Caso a filiação de Bolsonaro ao PL se concretize, Castro deve deixar de lado o sonhado apoio do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), de quem tentava se aproximar para conquistar votos na capital fluminense, em um eventual segundo turno das eleições. Em agendas recentes, o governador vinha tentando reforçar a parceria entre os dois. O secretário municipal de Fazenda, Pedro Paulo, considerado o braço direito de Paes, era apontado por membros do governo como o vice ideal de Castro. No entanto, em mais de uma ocasião recente, Paes e integrantes da família Bolsonaro se opuseram em relação ao enfrentamento da pandemia da Covid-19, o que torna a possibilidade de aliança remota. Além disso, o prefeito tem como pré-candidato o presidente nacional da OAB, Felipe Santa Cruz.

Outra possibilidade que pode ser queimada com Castro e Bolsonaro na mesma legenda é a aproximação que aliados do governador tentavam fazer com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), principal adversário do atual mandatário. Há pouco tempo, Castro havia dito que o presidente da Alerj, André Ceciliano (PT), poderia estar na vaga ao Senado de sua “chapa dos sonhos”.

O apoio do União Brasil foi oficializado num encontro no Palácio Laranjeiras, residência oficial do governador, que reuniu caciques do PL, como o presidente estadual da sigla, Altineu Côrtes, e os futuros membros da nova legenda, que deve ser comandada pelo atual presidente do PSL no Rio, Waguinho, prefeito de Belford Roxo. A aliança é um recuo do alcaide, que recentemente havia ventilado a possibilidade de romper com o governo estadual e lançar uma candidatura da futura legenda, que aguarda a aprovação do Tribunal Superior Eleitoral para ser criada formalmente.

A mudança, no entanto, vem com a esperança de uma contrapartida de Castro para Waguinho, que almeja ocupar a vaga de vice na chapa para a reeleição do governador. A composição é vista com bons olhos por aliados do chefe do Executivo estadual, já que o prefeito tem grande influência na Baixada, região com importantes colégios eleitorais — no ano passado, ele foi reeleito em primeiro turno com mais de 80% dos votos. Além disso, com Waguinho na chapa, a candidatura de Castro contará com um invejável tempo de TV e acesso aos fundos milionários eleitoral e partidário do União Brasil.

A Baixada Fluminense e a capital do estado são vistos como o calcanhar de aquiles de Castro: considerado um rosto pouco conhecido pelo eleitorado nessas regiões, o governador tentava se aproximar de lideranças e prefeitos locais para se cacifar à disputa. Pesquisas recentes feitas pelo Palácio Guanabara apontaram que a associação a Bolsonaro faz com que Castro perca votos. Caso dividam o mesmo palanque, o governador precisará pedir votos à reeleição do presidente e se afastar de outros nomes. Com cargos distribuídos a membros de 16 diferentes partidos, Castro considera ter um panorama mais tranquilo no interior, por onde tem cumprido agendas ao lado de prefeitos e secretários aliados.

Na reunião entre Castro e Waguinho, estava presente, além de Garotinho, o vice-presidente nacional do PSL, Antônio Rueda, que deve assumir o mesmo cargo no União Brasil. Também foram ao encontro a filha do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, Danielle Cunha, e os deputados federais Chiquinho Brazão, Juninho do Pneu, Sargento Gurgel, e os estaduais Marcio Canella, Filipe Soares, Pedro Brazão e Fábio Silva, além dos ex-deputados Dica, Pedro Augusto e Ricardo Abrão, filho do ex-prefeito de Nilópolis Farid Abrão — todos devem seguir para o União Brasil, após uma articulação de Waguinho que reuniu nomes tradicionais da política fluminense e que tenta atrair o filho do ex-governador Sérgio Cabral, o ex-deputado Marco Antônio Cabral.

Nos planos de Waguinho, também está o lançamento da candidatura ao Senado da deputada federal Clarissa Garotinho, que está de saída do PROS. Seu pai, que ainda precisa reverter pendências na Justiça que o tiraram da disputa ao governo do Rio em 2018, deve tentar à Câmara, embora tenha sido cotado para concorrer novamente ao Guanabara.

O Globo

 

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