Dono do PL quer ministra da Agricultura vice de Bolsonaro

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Foto: ADRIANO MACHADO / Reuters

Da lista de especulações sobre quem será o companheiro de chapa do presidente Jair Bolsonaro em sua campanha à reeleição, o presidente do PL, o ex-deputado Valdemar Costa Neto, tem um nome que avalia como ideal: o da ministra da Agricultura, Tereza Cristina. O dirigente do Centrão tem dito a interlocutores que Tereza agregaria à chapa por ser mulher, respeitada no agronegócio e ter bom trânsito político.

Ter uma vice mulher seria uma forma de tentar reduzir a resistência a Bolsonaro no eleitorado feminino: de acordo com pesquisa do Ipec (ex-Ibope) realizada em dezembro, 70% das mulheres desaprovam a maneira como o presidente conduz o país.

Deputada federa licenciada, Tereza Cristina planeja, no momento, ser candidata ao Senado pelo Mato Grosso do Sul. Ela é filiada ao DEM, mas deve sair do partido após a fusão com o PSL. E já foi convidada a se filiar ao PP e ao Republicanos.

Em ao menos uma ocasião, há cerca de um ano, Bolsonaro disse pessoalmente à sua ministra que ela é um dos nomes que ele considera para formar sua chapa.

Entretanto, segundo aliados, o presidente, mais recentemente, tem apresentado resistência em indicar qualquer nome que tenha o aval do Centrão — mesmo que o padrinho seja Valdemar Costa Neto. O titular do Planalto tem receio de que um político como vice possa se tornar uma ameaça.

Por isso, internamente, Bolsonaro passou a cogitar ter novamente um vice militar, assim como Hamilton Mourão. O ministro da Defesa, Walter Braga Netto, é uma das opções.

Caso opte por uma mulher, o presidente também gosta do perfil da ministra Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos), que é evangélica, outro público que ele deseja atingir. A pesquisa mais recente do Ipec mostrou esse segmento dividido entre Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Outro ponto que conta a favor de Damares é sua proximidade com a primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

Na última semana, Bolsonaro indicou, contudo, que a definição deve demorar:

— Se você anuncia um vice muito cedo, os outros ficam chateados contigo — disse, em entrevista a uma rádio.

Outros pré-candidatos também estão de olho no eleitorado feminino. João Doria (PSDB), por exemplo, já se comprometeu a ter uma mulher como vice. Até o momento, a única pré-candidata é Simone Tebet (MDB), que é cortejada por outros partidos para ser vice, mas pretende manter a candidatura.

Tereza teve uma rápida ascensão na política. Eleita pela primeira vez deputada federal em 2014, tornou-se no início de 2018 presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), uma das mais influentes do Congresso. O posto a credenciou a ser cogitada como vice na chapa de Geraldo Alckmin (na época, no PSDB) nas eleições daquele ano, mas a vaga acabou ficando com a então senadora Ana Amélia, que também tinha interlocução com o agronegócio.

No segundo turno, a deputada declarou, junto com a FPA, apoio a Bolsonaro. Após a eleição, foi indicada pela bancada para assumir o Ministério da Agricultura. Bolsonaro costuma fazer elogios públicos à ministra, a quem chama de “pequena grande mulher”.

— Pelo trabalho que tinha na Câmara, a bancada ruralista apresentou o nome da Tereza Cristina. Eu não pestanejei, assinei na hora a posse dela. Eu senti uma empatia naquele momento. Essa baixinha aqui vai longe. Ela é corredora de maratona— disse ele, em discurso em maio do ano passado.

Por seu perfil conciliador, Tereza teve papel crucial nas negociações com a China pelo fim do embargo à carne brasileira. Seu trânsito com autoridades chinesas, inclusive, a fez participar de conversas sem relação com a sua pasta, como as tratativas para envios de insumos para vacinas.

Nomes e perfis desejados pelos pré-candidatos

Lula (PT)

De olho em expandir seu eleitorado em direção ao centro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem se aproximado, desde o fim do ano passado, do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, que deixou o PSDB após 33 anos. Antes cotado para concorrer ao governo de São Paulo pelo PSD, Alckmin deixou claro em conversas com a sigla que está mais interessado em ser vice de Lula na chapa presidencial. A decisão o aproxima do PSB, que tem sinalizado positivamente pela filiação do ex-tucano e pela composição com o petista.

Moro (Podemos)

Para crescer nas pesquisas e avançar na disputa presidencial, o ex-juiz Sergio Moro cogita ter em sua chapa um representante do União Brasil, que tem conversas adiantadas com o seu partido, o Podemos. A nova legenda, fruto da fusão entre PSL e DEM que ainda não foi oficializada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), deve ser a dona do maior fundo eleitoral e do maior tempo de televisão. Entre os possíveis candidatos para a vaga de vice na chapa de Moro estão o presidente da sigla, deputado Luciano Bivar (PE), e o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta. O nome de Bivar ganhou força pelo bom trânsito que tem no Congresso. Por sua atuação na Lava-Jato, o ex-juiz enfrenta resistência da classe política. Bivar também vai ser o dono do cofre de seu partido e tem reduto no Nordeste, região onde Moro patina nas pesquisas de intenção de voto.

Ciro Gomes (PDT)

Em busca de espaço entre os candidatos da chamada “terceira via”, Ciro Gomes (PDT) ainda não definiu quem vai compor sua chapa presidencial. Ao GLOBO, o presidente do PDT, Carlos Lupi, já apontou o perfil ideal para a vaga: preferencialmente um político de Minas ou São Paulo, os dois maiores colégios eleitorais do país e, se possível, “mulher ou negro”.

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Nos últimos dias, o nome de Marina Silva (Rede) tem sido cotado e foi elogiado por apoiadores do pedetista nas redes sociais. Em entrevista ao GLOBO, Marina chegou a elogiar o “esforço de debater propostas” de Ciro Gomes, mas criticou a “violência política” que seria empregada por seu marqueteiro, João Santana. Na campanha de 2014 para a Presidência da República, quando chegou a liderar a disputa, Marina foi alvo de propagandas produzidas por Santana, que trabalhava para a reeleição de Dilma Rousseff (PT).

Doria (PSDB)

Escolhido em prévias do PSDB candidato do partido ao Palácio do Planalto, o governador de São Paulo, João Doria, assumiu o compromisso de ter uma vice-presidente mulher. Até o momento, o nome mais forte cogitado para a vaga é o da senadora Simone Tebet (MDB-MS), que também é pré-candidata à Presidência e tem descartado desistir para se aliar a outro concorrente. Entre os ativos de Simone estão sua proximidade com o agronegócio e a notoriedade que ganhou durante a CPI da Covid no Senado.

Também pré-candidatos à Presidência da República neste ano, nomes como o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM), o deputado federal André Janones (Avante-MG) e a própria Simone Tebet ainda buscam se viabilizar na disputa, antes de cogitarem nomes para compor suas chapas. As decisões devem ser tomadas nos próximos meses e com base nas pesquisas de intenção de voto. (Lucas Mathias)

O Globo 

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