Lula diz que Alckmin só não será vice se não quiser

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Foto: Ricardo Stuckert

A seu favor, para justificar por que bateu sem piedade em Sergio Moro, Lula poderia lembrar o gesto de Jesus quando invadiu o templo de Jerusalém e de lá expulsou os cambistas, acusando-os de transformar um local sagrado numa cova de ladrões. Segundo os evangelhos, foi a única vez que Jesus usou a força física.

Em entrevista na quarta-feira (19/1), a primeira deste ano, Lula só despiu a máscara de Lulinha ao falar de Moro e da Operação Lava Jato:

“Eu tive sorte do povo brasileiro, que me ajudou a provar a farsa que foi montada contra mim em vida. Consegui desmontar o canalha que foi o Moro no julgamento dos meus processos. O Dallagnol, a mentira, as fake news, o PowerPoint da quadrilha, tudo isso. Eu consegui provar que quadrilha eram eles.”

Recomposto, mandou todos os recados que quis, sem recuar um milímetro da decisão de apresentar-se como o candidato do centro a presidente da República, que, se eleito, governará pelo centro. Foram convidados para entrevistá-lo apenas jornalistas de esquerda. Muitos não gostaram do que ouviram.

Sobre alianças – “Não sou candidato para ser protagonista, sou candidato para ganhar as eleições, e num momento em que o Brasil está infinitamente pior do que em 2003, quando tomei posse. Ganhar as eleições é mais fácil que governar, e governar significa conversar. […] Por isso, precisamos fazer alianças.”

Sobre seu vice – “Espero que, se as forças políticas que me apoiam decidirem que Geraldo Alckmin será o vice, que ele prove que vai ser igual ou melhor que o José Alencar, e aí eu estarei muito tranquilo. O vice tem que ajudar a governar esse país. O que estamos disputando no Brasil é tão sério…”

Sobre sua prioridade – “Todo mundo sabe o que quero para esse país. Não abro mão de que a prioridade seja o povo brasileiro, o povo trabalhador. Prioridade é o povo que está desempregado, o descamisado, que Fernando Collor falava [na eleição presidencial de 1989]. Essa gente é que tem que ser nossa prioridade.”

Sobre a economia – “Não posso querer ser presidente para resolver problemas do sistema financeiro, dos empresários. É preciso que a gente recupere a democracia para que a gente possa colocar a desigualdade na ordem do dia como prioridade de um governo e não colocar como prioridade o teto de gastos.”

Sobre as Forças Armadas – “Não podemos julgar as Forças Armadas pelas pessoas que estão no governo. Elas não as representam. Tenho a certeza que, dentro das Forças Armadas, tem gente preocupada com o Brasil, com a nossa soberania, independência e com o nosso desenvolvimento.”

Sobre os Estados Unidos – “Da mesma forma que o Brasil respeita a política externa dos Estados Unidos, queremos que eles respeitem a nossa. Não somos quintal de ninguém. Isso vale para os Estados Unidos, para a China, para a Índia e para a Rússia. Respeito é bom, a gente gosta de dar e gosta de receber.”

Sobre sua campanha – “Ela será leve, simpática. Não responderei às mentiras de Bolsonaro. Não darei importância ao boneco pé de barro [Moro]. Quero conversar com o povo brasileiro. Quem quiser mentir, ofender, pode fazer. A minha campanha será de alto nível, como todas que fiz.”

Sobre sua eventual eleição – “Ninguém precisa ter medo, porque o Lula não é de perseguir ninguém. Eu não vou fazer com eles o que eles fizeram comigo. Ninguém precisa brigar com ninguém. Esse país precisa de muita solidariedade, muito amor, muito carinho, muita alegria, e é isso que vamos construir.”

A Brigadeiro Faria Lima, em São Paulo, avenida pontilhada pelas sedes dos maiores bancos do país, amou a entrevista de Lula. À medida que ele falava, o real se valorizava em relação ao dólar nas transações da bolsa de valores. E os analistas, em lives com clientes, diziam que o mercado financeiro ficaria mais tranquilo.

Um deles foi chamado de comunista, mas não ligou.

Metrópoles  

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