Presidente do PT abre diálogo com PSB sobre governo de SP
Foto: Marcos Oliveira / Agência Senado
Enquanto as conversas para uma aliança entre PT e PSB esbarram nos palanques regionais, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, disse nesta sexta-feira que o ex-prefeito Fernando Haddad tem mais viabilidade eleitoral em São Paulo. O estado é o maior entrave para a composição entre as duas legendas, já que o PSB quer lançar o ex-governador Márcio França (PSB).
Gleisi disse que está disposta a dialogar com os dirigentes do PSB numa reunião na semana que vem em Brasília. No encontro, dirigentes das siglas devem tentar aparar as arestas para formar uma federação partidária, mecanismo que permite com que as legendas fiquem unidas por quatro anos e teriam que atuar juntas, neste período, em todas as eleições nas esferas federal, estadual e municipal.
Dirigentes do PSB têm condicionado a aliança contrapartidas dos petistas para formação dos palanques estaduais. Além de São Paulo, os socialistas querem apoio em quatro estados: Rio de Janeiro, Pernambuco, Espírito Santo, Rio Grande do Sul.
Nas últimas semanas, porém, o PT lançou nomes para governador nesses estados apontados como prioritários pelo PSB. E ainda ensaia fazer o mesmo movimento no Rio, onde o partido até o momento afirma que apoiará a candidatura do deputado federal Marcelo Freixo (PSB).
— É legítimo tanto o PT quanto o PSB colocarem os nomes na mesa. Mas temos que ver agora, se a gente tem o espírito da federação, qual é o melhor nome em cada estado. Isso passa pra você ver intenção de votos, o grau de conhecimento que tem a pessoa e se já governa aquele estado. Tem uma série de critérios que nós temos que colocar à mesa. De fato, em São Paulo o que a gente tem visto é o Haddad em primeiro lugar nas pesquisas, acho que tem uma capacidade maior de aglutinar. Mas vamos conversar com o PSB — disse Gleisi, após participar de um debate com economistas do PT na sede da Fundação Perseu Abramo, entidade ligada ao partido.
Os socialistas sabem que não terão tudo o que querem do PT. O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, admitiu ao GLOBO em dezembro que poderia desistir do apoio do PT nos outros estados, mas enfatizou que não cederia em São Paulo e Pernambuco, onde o partido comanda o governo local há 16 anos. Em Pernambuco, o PT lançou o o senador Humberto Costa após o o ex-prefeito de Recife, Geraldo Júlio (PSB), desistir da disputa estadual. Gleisi disse que Júlio era tido como o candidato natural e que o nome de Costa surge a partir do vácuo deixado por Júlio.
— Acho legítimo o PSB ter um nome, mas pela ausência oferecemos um. De fato, eles (o PSB) têm que definir. Na nossa visão, Geraldo Júlio era o nome natural para fazer a sucessão lá. Então, como ele não foi ficou esse vácuo. O Humberto tem trânsito bom com o PSB e sempre teve junto — acrescentou Gleisi.
O PT promoveu um evento semipresencial nesta manhã com mais de 80 economistas para discutir propostas para enfrentar a crise sanitária e nas contas públias. Entre os nomes que participaram estão ex-ministros dos governos petistas como Guido Mantega, Nelson Barbosa, Aloizio Mercadante, Tereza Campello e Miriam Belchior.
Até agora, o partido debate uma plataforma que passa por programas com foco no social para combater às desigualdades agravadas pela pandemia, políticas de valorização do salário mínimo e revisões na reforma trabalhista — como o fim do trabalho intermitente e alguma forma de proteção aos trabalhadores de aplicativos.
Embora haja uma série de divergências internas sobre como encontrar soluções para recuperar a economia, o único consenso atual é a proposta de acabar com a política do teto de gastos, que limita o crescimento das despesas federais à inflação. Essa política foi aprovada pelo governo do ex-presidente Michel Temer após um quadro de recessão econômico na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff, que acabou afastada.
Para Gleisi, os focos de um plano de governo para o país será a “economia popular”. Ela destacou que o aumento do salário mínimo será uma prioridade. A presidente do PT ainda criticou a política de preços da gasolina e a agenda de privatizações do governo do presidente Jair Bolsonaro.
— Está errada a política de preços da Petrobras.Está errada a política de preços de óleo, de gás. Não pode continuar assim. As privatizações que estão fazendo fatiadas da Petrobras. A possibilidade de privatizar a Eletrobras com a conta de luz nas alturas. As pessoas não estão aguentando.
O ex-ministro da Educação Aloizio Mercadante afirmou que o debate politico é focado apenas na pauta do mercado financeiro.
— A única agenda que parece interessar uma parte do debate político é a agenda da Faria Lima. Existe outra agenda: são 19 milhões de pessoas passando fome, 32 milhões de pessoas na economia informal, inflação arrebentando o custo de vida das pessoas, os reajustes salariais muito abaixo da inflação. O poder de compra se esvaindo. E não era assim no nosso governo-, afirma o petista.
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