PT quer Contarato disputando governo do ES

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Foto: Agência Senado

Em mais um movimento para se fortalecer nas negociações em Estados considerados prioritários para o PSB, o PT tem estimulado a pré-candidatura do senador Fabiano Contarato, que vai se filiar ao partido na próxima semana, ao governo do Espírito Santo. O governador Renato Casagrande (PSB) vai disputar a reeleição.

“Eu sou pré-candidato pelo PT no Espírito Santo. Isso está posto”, disse Contarato em entrevista ao Valor. O senador ponderou que a prioridade é a aliança nacional em torno da pré-candidatura à Presidência da República do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Não há intransigência de nossa parte. Se lá na frente houver um ajuste nacional e isso (pré-candidatura) for posto na mesa, eu tenho que cumprir aquilo que é do interesse do partido”, avaliou.

A movimentação do PT no Espírito Santo se assemelha aos passos dados pela sigla em Pernambuco. Estimulada por Lula, a legenda lançou a pré-candidatura do senador Humberto Costa (PT) ao governo estadual.

Nos bastidores, o objetivo principal do PT é ter moedas de troca importantes na mesa de negociação com o PSB sobre arranjos eleitorais regionais. Um dos principais nós a serem desatados é São Paulo. O ex-prefeito Fernando Haddad (PT) e o ex-governador Márcio França (PSB) são pré-candidatos ao governo paulista. Até o momento, PT e PSB não abrem mão de figurar na cabeça de chapa.

Alguns integrantes do PSB já defendem reservadamente que França deveria disputar o Senado na chapa encabeçada por Haddad.

No Espírito Santo, o governador Renato Casagrande tem restrições ao PT. Um dos pontos que tem distanciado ainda mais as siglas localmente é o fato de o governador ter como secretário de Planejamento Gilson Daniel, filiado ao Podemos. Ele está na pré-campanha do ex-juiz Sergio Moro.

“O fato de o governador não ter proximidade com o PT fortalece ainda mais a possibilidade de uma candidatura própria do PT”, avalia Contarato.

O tensionamento das disputas locais ocorre no momento em que PT e PSB discutem, ao lado de outras siglas menores, a formação de uma federação partidária. Além de impasses regionais, resistências internas, dúvidas sobre o funcionamento e o calendário eleitoral apertado têm travado as discussões.

De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as legendas têm até o dia 1º de março para solicitarem o registro formal da criação das associações.

O secretário de Comunicação do PT, Jilmar Tatto, avalia que a aliança nacional entre PT e PSB está encaminhada. “O PSB vai estar conosco. Se o PSB quiser lançar candidato em São Paulo, lança. Não estamos condicionando o apoio em Pernambuco, por exemplo”, diz.

Tatto avalia que o mais natural seria o PSB abrir mão em São Paulo e o PT apoiar o candidato socialista em Pernambuco. “Com jeito, com carinho e sem arrogância as coisas se resolvem”, disse.

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, se reúne na quinta-feira em Brasília com o presidente do PSB, Carlos Siqueira, para retomar as negociações sobre federação partidária e alianças nos Estados.

No fim do ano passado, depois de reunião tensa com Lula, Siqueira reclamou publicamente da condução dos petistas nas conversas sobre composições eleitorais. “Há muitos meses colocamos para o PT as demandas do PSB e até agora não tivemos resposta sobre nenhuma delas”, queixou-se. O PSB cobra, para firmar aliança com o PT, apoio do partido em seis Estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Acre e Maranhão.

Valor Econômico  

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