Barroso diz que golpismo de Bolsonaro foi enterrado em 7 de setembro

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Foto: Isac Nóbrega/Presidência da República/Carlos Moura/SCO/STF

O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Luís Roberto Barroso, afirmou que qualquer tentativa de ruptura institucional por parte do presidente Jair Bolsonaro (PL) já foi “sepultada” no ano passado, mais precisamente nos atos golpistas do 7 de setembro, quando o chefe do Executivo fez diversos ataques às instituições democráticas, sobretudo ao STF (Supremo Tribunal Federal) e seus ministros, com destaque para Alexandre de Moraes e o próprio Barroso.

Em entrevista à GloboNews, o ministro foi questionado sobre a possibilidade de Bolsonaro tentar dar um golpe caso saia perdedor do pleito presidencial deste ano, e avaliou que “maus perdedores” existem em todos os lugares, e que “não há remédio na farmacologia jurídica” para essas pessoas. Porém, no que diz respeito a um possível golpe, ele não vê essa possibilidade, haja vista que “as instituições brasileiras são sólidas”.

“Eu acho que o 7 de setembro foi bem o sepultamento do golpe. Compareceram menos de 10% do que se esperava, quer dizer a extrema-direita radical no Brasil é bem menor do que se alardeava, as policiais militares não aderiram, nenhum oficial da ativa relevante deu qualquer apoio àquele tipo de manifestação. O presidente compareceu, fez um discurso pavoroso, golpista, de ameaças a pessoas a ofensas. [ Disse] ‘não vou cumprir decisão judicial’ e, dois dias depois, mudou completamente o discurso, procurou as pessoas que ele tinha ofendido para conversar… De modo que eu acho que ali se relevou que a sociedade brasileira não aceitaria nada diferente”, declarou.
Luís Roberto Barroso faz referência ao discurso proferido por Jair Bolsonaro na Avenida Paulista naquela ocasião, quando o mandatário afirmou que não acataria mais as decisões judiciais, e fez ataques pessoais a Moraes. Posteriormente, o político recorreu ao ex-presidente Michel Temer para fazer uma ponte conciliatória com Alexandre e chegou, inclusive, a divulgar uma carta à nação, em que disse não ter tido a intenção de atacar os poderes da República.

Na entrevista, Luís Roberto Barroso também repercutiu uma live realizada por Jair Bolsonaro, em que o presidente diz que as Forças Armadas teriam encontrado “vulnerabilidades” no sistema de votação brasileiro. Segundo o ministro, o chefe do Executivo mentiu, e ressaltou que as Forças “não apontaram coisa alguma”.

“A mentira já estava pronta. E é lamentável envolver as Forças Armadas, que são um setor respeitado da sociedade brasileira, que têm o prestígio que deve ter, e que não devem ser jogadas em discursos políticos menores de varejo e de campanha. E, portanto, nós temos muita convicção que isso não vá acontecer”, ponderou.

Hoje, o TSE divulgou um documento em que assegura a credibilidade das urnas eletrônicas como dispositivos seguros para a realização das eleições.

“A arquitetura de segurança da urna eletrônica, combinada com as exigências de cadeia de produção e demais avaliações feitas pela equipe do TSE durante o planejamento da produção, garantem que haja segurança nas urnas produzidas independentemente do fornecedor dos componentes eletrônicos e independente da contratada, que projeta e integra a urna eletrônica”, diz o documento.

Em outro ponto, Barroso rebateu os ataques pessoais feitos por Bolsonaro, e que se intensificaram a partir do momento em que ele assumiu a presidência do TSE. Porém, o ministro garantiu que não se incomoda com as críticas do mandatário, porque “há pessoas cujas opiniões não fazem diferença”. Entretanto, o magistrado ressalta que, nas vezes em que se manifestou, foram quando os ataques se deram no âmbito institucional, e ele se viu na obrigação de defender a Constituição.

“Há pessoas que são desencontradas espiritualmente. E eu sou dessas pessoas que vive em um estado de paz interior. Eu diria que se ficasse com raiva seria mais humano do que minha completa indiferença. Afora os ataques institucionais que respondi por meu dever de defender a Constituição, [pois] há pessoas cujas opiniões não fazem diferença”, afirmou.

Jair Bolsonaro voltou a subir o tom e fez novos ataques aos ministros do STF, a quem acusou de quererem torná-lo inelegível para o pleito de outubro. Na lista de alvos os já costumeiros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, mas agora o presidente também acrescentou Edson Fachin que, curiosamente, será o próximo a assumir a cadeira principal do TSE.

“Agora, o que fica da ação desses três ministros do STF, me parece que eles têm um interesse, né? Primeiro, buscar uma maneira de me tornar inelegível, na base da canetada. A outra, é eleger o seu candidato”, disse durante entrevista ao programa Pingo nos Is, da Jovem Pan News.

Na mesma entrevista, o presidente também reclamou da fala do ministro Fachin, que disse mais cedo que o TSE já pode estar sendo alvo de hackers da Rússia. Ele classificou para a fala como um “constrangimento”, já que está em viagem oficial ao Leste Europeu.

Ao UOL, a assessoria do STF disse que não vai comentar as declarações do presidente Bolsonaro.

Uol 

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