Bolsonaro planeja usar investigações anuladas para atacar Lula

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A campanha de Bolsonaro vai usar a herança da Lava-Jato, operação que foi enterrada pelo próprio presidente, como uma arma em busca de sua reeleição. Membros do núcleo duro de Bolsonaro relataram à coluna que trechos de delações, como a do ex-ministro de governos petistas Antônio Palocci, devem ser incluídos em peças publicitárias da campanha de Bolsonaro e divulgadas nas redes sociais.

A estratégia é dar destaque, em especial, a depoimentos em que Palocci envolveu diretamente o ex-presidente Lula, como relatos de suposta entrega de dinheiro em espécie ao petista em caixas de uísque e de celular. O plano da campanha de Bolsonaro para desgastar Lula, que hoje lidera as pesquisas e tem chances de ganhar no primeiro turno, é tentar colar nele a imagem de correligionários e e ex-correligionários do PT alvos da Lava-Jato, como o ex-ministro José Dirceu e o ex-tesoureiro João Vaccari Neto.

Em 2020, porém, o Supremo Tribunal Federal atendeu a um pedido da defesa de Lula e retirou a delação de Palocci de uma ação contra o ex-presidente. O ex-ministro nunca apresentou provas dos fatos e Lula teve hoje mais de 20 processos derivados da Lava-Jato contra ele anulados pela Justiça.

Não será a primeira vez que a delação de Palocci entra no jogo para atingir o PT. Em 2018, a seis dias da realização do primeiro turno da eleição presidencial, o então juiz Sergio Moro tirou o sigilo de trechos da delação do ex-ministro que mirava o partido.

O Globo