Kim kataguiri se une a podcaster Monark e defende legalidade do nazismo (!?)

Todos os posts, Últimas notícias

Foto: Reprodução

O debate sobre a criminalização do nazismo entre a deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP), Kim Kataguiri (Podemos-SP) e o youtuber Bruno Aiub, conhecido como Monark, do podcast ‘Flow’, figura como um dos assuntos de maior repercussão na manhã desta terça-feira no Twitter.

O debate surgiu quando Tabata disse que tanto governos extremistas de direita quanto de esquerda devem ser condenados com a mesma veemência. Kim concordou, porém defendeu que as atrocidades cometidas pelos regimes comunistas seriam vistas de “forma mais leniente” do que as cometidas pela extrema direita.

“A gente tem um partido formal comunista aceito socialmente com espaço na imprensa, no parlamento, e a gente não tem um partido de extrema direita fascista ou nazista com espaço no parlamento, com espaço na imprensa”, diz o deputado.

O apresentador Monark afirma então que deveria “ter um partido nazista reconhecido pela lei”, argumento que revoltou Tabata e gerou um debate entre eles. “O nazismo é contra a população judaica. Isso coloca uma população inteira em risco”, argumentou a parlamentar, complementando: “Questionar existência nenhuma é válida”. Neste momento, o membro do MBL apenas escuta a argumentação da dupla.

 

Na sequência do programa, sob o argumento da defesa da liberdade de expressão, Kim Kataguiri afirma que proibir a existência de grupos nazistas não seria a melhor opção para combater essa ideologia.

“O que eu defendo é que por mais absurdo, idiota, antidemocrático, bizarro, tosco que o sujeito defenda, isso não deve ser crime. Porque a melhor maneira de reprimir uma ideia antidemocrática, tosca, bizarra, discriminatória, é você dando luz àquela ideia pra que aquela ideia seja rechaçada socialmente e então rejeitada”, opina.

Tabata então se dirige ao deputado e pergunta: “Kim, você acha que é errado a Alemanha ter criminalizado o nazismo?”

“Acho’, responde o deputado, que completa dizendo que a melhor repressão seria uma “rejeição social” à ideologia nazista e não uma “sanção estatal” como a criminalização do nazismo.

 

Os dois trechos da entrevista renderam no Twitter, e os termos “Monark”, “Tabata”, “Kim” e “nazismo” permaneceram no Top 10 de assuntos em alta na rede social. Influenciadores na rede criticaram a posição do deputado sobre o tema, e o perfil “Judeus pela democracia” chegou a retrucar a discussão do podcast em um post, afirmando que “ideologias que visam a eliminação de outros têm que ser proibidas. Racismo e perseguições a quaisquer identidades não são liberdade de expressão”.

 

Após grande repercussão, o deputado paulista se defendeu das acusações de que estaria fazendo apologia ao nazismo, e afirmou que suas falas no debate foram distorcidas. “Muito melhor expor a crueldade dessa ideologia (nazismo) nefasta para que todos vejam o quanto ela é absurda. Sufocar o debate só faz com que grupos extremistas cresçam na escuridão e não sejam devidamente combatidos e rechaçados”, justificou o parlamentar.

Tabata Amaral também voltou a comentar o tema após a repercussão, desta vez repostando a publicação do grupo Judeus pela Democracia, afirmando que “o nazismo e outras ideologias que ameaçam a existência e integridade de pessoas ou grupos, sejam judeus, PCD, negros ou LGBTQIA+, são intoleráveis e devem ser banidas” .

 

Pressionado nas redes por ser do mesmo partido de Kataguiri, o pré-candidato à Presidência Sergio Moro disse que o nazismo é “abominável e inaceitável em qualquer circunstância”. Sem fazer menção ao parlamentar ou ao podcast, o qual participou recentemente, declarou também que o nazismo é um crime ao povo judeu e toda a humidade. O presidenciável tucano João Doria (PSDB) também se manifestou nas redes, repudiando a fala.

Outros políticos embarcaram no assunto. Na ala bolsonarista, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) disse ter apresentado um projeto de lei que, segundo ele, “prevê cadeia para quem fizer apologia ao nazismo e ao comunismo”, igualando erroneamente os dois sistamas. O ex-ministro do Meio Ambiente do governo Bolsonaro, Ricardo Salles, crítico de Kataguiri, apenas repostou um reportagem sobre o tema, e escreveu “sem comentários”.

A Confederação Israelita do Brasil (Conib) destacou em nota que condena de “forma veemente” a defesa da existência de um partido nazista no Brasil e o “direito de ser antijudeu”, feita pelo apresentador. “O nazismo prega a supremacia racial e o extermínio de grupos que considera “inferiores”. Sob a liderança de Hitler, o nazismo comandou uma máquina de extermínio no coração da Europa que matou 6 milhões de judeus inocentes e também homossexuais, ciganos e outras minorias. O discurso de ódio e a defesa do discurso de ódio trazem consequências terríveis para a humanidade, e o nazismo é sua maior evidência histórica”, justifica.

Diversas empresas associadas ao podcast usaram suas redes sociais para se distanciar do programa, e muitas cancelaram contratos de patrocínio. Após o episódio, a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FERJ) anunciou também o rompimento do contrato com o “Flow Sport Club”, produto derivado do podcast.

No Brasil, de acordo com a lei federal antirracismo (Lei 7.716, de 1989), é crime “veicular símbolos” do nazismo “para fins de divulgação”. O artigo também enquadra como criminosa pessoas que produzem, vendem ou distribuem material que contenha símbolos nazistas e também as que utilizam publicações e meios de comunicação para disseminar as ideias do nazismo. Em caso de condenação, a pena é de multa e prisão de dois a cinco anos.

O Globo 

Assinatura

CARTA AO LEITOR

O Blog da Cidadania é um dos mais antigos blogs políticos do país. Fundado em março de 2005, este espaço acolheu grandes lutas contra os grupos de mídia e chegou a ser alvo dos golpistas de 2016, ou do braço armado deles, o juiz Sergio Moro e a Operação Lava jato.

No alvorecer de 2017, o blogueiro Eduardo Guimarães foi alvo de operação da Polícia Federal não por ter cometido qualquer tipo de crime, mas por ter feito jornalismo publicando neste Blog matéria sobre a 24a fase da Operação Lava Jato, que focava no ex-presidente Lula.

O Blog da Cidadania representou contra grandes grupos de mídia na Justiça e no Ministério Público por práticas abusivas contra o consumidor, representou contra autoridades do judiciário e do Legislativo, como o ministro Gilmar Mendes, o juiz Sergio Moro e o ex-deputado Eduardo Cunha.

O trabalho do Blog da Cidadania sempre foi feito às expensas do editor da página, Eduardo Guimarães. Porém, com a perseguição que o blogueiro sofreu não tem mais como custear o Blog, o qual, agora, dependerá de você para continuar existindo. Apoie financeiramente o Blog

FORMAS DE DOAÇÃO

1 – Para fazer um depósito via PIX, a chave é edu.guim@uol.com.br

2 – Abaixo, duas opções de contribuição via cartão de crédito. Na primeira, você contribui mensalmente com o valor que quiser; na segunda opção, você pode contribuir uma só vez também com o valor que quiser. Clique na frase escrita em vermelho (abaixo) Doação Mensal ou na frase em vermelho (abaixo) Doação Única

DOAÇÃO MENSAL – CLIQUE NO LINK ABAIXO

https://www.mercadopago.com.br/subscriptions/checkout?preapproval_plan_id=282c035437934f48bb0e0e40940950bf

DOAÇÃO ÚNICA – CLIQUE NO LINK ABAIXO

https://www.mercadopago.com.br/subscriptions/checkout?preapproval_plan_id=282c035437934f48bb0e0e40940950bf