YouTube não para de derrubar vídeos da direita

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Foto: iStock

Vídeos com informações falsas sobre “tratamento precoce” e contra a vacinação — esses foram os temas da maioria do conteúdo excluído de canais de direita no YouTube em 2021. Ao todo, a plataforma deletou 233 publicações. O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), lidera em número de remoções.

Ao todo, o chefe do Executivo federal teve 34 gravações retiradas — 33 delas por exibir conteúdo enganoso sobre a pandemia. O levantamento de vídeos removidos foi realizado pelo cientista de dados da empresa de análise Novelo, Guilherme Felitti, que vem mapeando as exclusões feitas em canais de extrema direita no país.

Entre os vídeos apagados do canal de Bolsonaro, está uma entrevista dada pela médica Nise Yamaguchi à CNN Brasil. Postada pelo mandatário do país em 13 abril do ano passado e intitulada “Imunologista/oncologista Nise Yamaguchi e o uso da hidroxicloroquina no tratamento do Covid-19″, a gravação mostra a médica defendendo o uso do medicamento que não tem eficácia contra o coronavírus. Segundo dados guardados pela plataforma de arquivamento de informações WayBackMachine, a publicação contabilizou mais de 42 mil visualizações apenas no dia da postagem.

Outro vídeo deletado continha uma conversa, veiculada em live de 12 de abril de 2020, entre o ex-assessor da Presidência da República Arthur Weintraub e o filho do presidente Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).

Como revelado pelo Metrópoles, a gravação faz parte de uma série de conteúdos que apontaram a participação de Weintraub no chamado gabinete paralelo, grupo que orientava o titular do Palácio do Planalto na defesa do chamado “tratamento precoce”. Em todos os links dos vídeos excluídos há a mensagem: “Este vídeo foi removido por violar as diretrizes da comunidade do YouTube”.

O segundo canal com mais vídeos fora do ar é o do deputado estadual e médico oftalmologista Albert Dickson (Pros-RN). Dickson costuma promover o tratamento precoce. Uma reportagem da BBC News Brasil mostrou que o parlamentar chegou a distribuir receitas on-line, sem consultar os pacientes, para a compra dos medicamentos.

Em todas as suas 12 publicações apagadas havia informações não verdadeiras sobre a doença. Apesar das sanções já recebidas, outras postagens com conteúdo enganoso continuam no ar. É o caso da live intitulada “Dutasterida, bromexina ou ivermectina, qual a melhor?”. Na ocasião, o político dá a quantidade de medicamentos que supostamente fariam “evitar pegar a Covid” para mulheres, homens e até mesmo crianças.

Outro vídeo com informações enganosas, mas de outro autor, também continua visível na plataforma. O canal de Lucy Kerr, médica especialista em ultrassonografia, teve 10 vídeos excluídos do YouTube, mas outros, em que defende o uso de ivermectina contra a Covid, ainda permanecem visíveis.

Em um dos vídeos, publicado no dia 6 de setembro e sem título definido, Kerr faz uma apresentação sobre o medicamento. Ela classifica o fármaco como “droga maravilhosa”.

Procurado, o YouTube não se posicionou. O deputado Albert Dickson e a média Lucy Kerr também não se pronunciaram.

A Presidência da República foi procurada, mas não respondeu às tentativas de contato da reportagem. O espaço permanece aberto.

Metrópoles  

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