Alckmin diz que não é hora de discutir eleição paulista

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Foto: Pedro Ladeira/Folhapress

O ex-governador Geraldo Alckmin defendeu na manhã de ontem, durante ato de filiação ao PSB, em Brasília, a pré-candidatura de Márcio França ao governo de São Paulo. O PT não abre mão de lançar o ex-prefeito Fernando Haddad.

O ex-tucano destacou, no entanto, que a escolha só deve ser feita em outro momento. “Pontua muito bem nas pesquisas, mas a decisão não é agora, é mais à frente”, avaliou o ex-tucano.

Em entrevista ao Valor logo após o ato, Márcio França insistiu que PT e PSB devem ter candidatura única no Estado. Ele voltou a defender o critério de pesquisa de intenção de voto até o fim de maio para decidir quem será o candidato.

“O critério que o presidente Lula e que a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, aceitaram é suficiente. A gente faz a pesquisa e quem estiver com melhor condição é o candidato”, afirmou França. Nos levantamentos mais recentes, Haddad aparece na liderança.

O ex-governador destacou que o levantamento eleitoral deve ser formulado considerando duas variáveis. “Uma é o voto para governador e também tem que ter em quem você pode votar. Aí teremos a minha variável e a do Fernando Haddad. A pesquisa tem que ser feita contra os quatro adversários que estão na disputa”, declarou.

Em discurso que abriu o ato de filiação de Alckmin, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, se referiu a França como o “próximo governador de São Paulo”. Nos bastidores, Siqueira tem dito que seu correligionário só não será candidato no Estado se não quiser. O PT aposta na desistência. Para isso, oferece a vaga ao Senado a França.

O ex-governador adiou para maio a decisão sobre um eventual acordo com o PT no Estado e reiterou que, se os partido não chegarem a um consenso, o ex-presidente Lula poderá ter dois palanques em São Paulo: o dele e do ex-prefeito Fernando Haddad (PT). Com a dificuldade para fazer uma composição, dirigentes petistas já trabalham com o cenário de divisão da esquerda.

O ex-governador do PSB foi o mentor da filiação do Geraldo Alckmin ao partido.

A pressão para que França desista aumentou nesta semana, com a saída do coordenador do MTST Guilherme Boulos (Psol) da disputa estadual, anunciada na segunda-feira. O Psol deve apoiar a candidatura de Haddad, que já conta com o apoio do PCdoB e busca atrair o Rede e o PV.

O ex-presidente Lula tenta construir uma frente ampla no Estado, liderada por Haddad, para fortalecer sua pré-candidatura presidencial e dar mais chances eleitorais de a esquerda disputar o segundo turno da eleição paulista. O PT nunca venceu a eleição para o governo de São Paulo e o ex-presidente Lula teme que a divisão do palanque em São Paulo, com possíveis brigas entre aliados, o prejudique no maior colégio eleitoral do país.

Márcio França alega que sua pré-candidatura é a que tem maior capacidade de agregar apoios além da esquerda e atrair o eleitorado conservador, de centro direita, inclusive para a pré-campanha de Lula. O ex-governador ainda não conseguiu apoio de nenhuma sigla.

Valor Econômico