PT, PV e PC do B aprovam aliança por 4 anos

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Foto: Reprodução

O PT deve aprovar hoje a proposta de federação com PCdoB e PV e a construção de uma aliança nacional com o PSB para disputar a Presidência, com o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) como vice do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O partido programa lançar a chapa de Lula com o ex-governador até o início de maio e começará a montar uma série de agendas do petista pelo país, que poderá contar com a presença de Alckmin.

Um dia depois da filiação de Alckmin ao PSB para ser vice de Lula, o Diretório Nacional do PT se reunirá virtualmente hoje para aprovar a política de alianças do partido, em uma tentativa de ampliar o apoio para além da esquerda, e a federação com PV e PCdoB. O PSB não participará dessa federação.

A indicação de Alckmin para a chapa petista está consolidada, mas a resistência ao ex-governador será um dos primeiros temas a serem debatidos pela direção petista hoje. A escolha do ex-governador como vice não será votada nesta quinta-feira, mas sim em encontro nacional que ainda será marcado. Lula tenta evitar que essa escolha seja vista como decisão pessoal e quer o aval do PT.

Na avaliação do comando do partido, as críticas a Alckmin são feitas por uma “minoria” dentro do PT e estão concentradas em São Paulo, Estado comandado pelo ex-governador por quatro mandatos e onde o PT sempre foi oposição ao ex-tucano. A direção do PT analisa que a resistência a Alckmin é menor do que a enfrentada em 2002 pelo empresário José Alencar, então filiado ao PL, para vice de Lula. Alencar foi alvo de protestos públicos de petistas.

Para o comando do PT, os cenários político e econômico exigem uma aliança ampla para disputar contra o presidente Jair Bolsonaro, e Alckmin seria uma espécie de “Carta ao Povo Brasileiro” de 2022.

Ontem, o comando do PT participou da filiação de Alckmin ao PSB, mas petistas evitaram tratá-lo como vice antes de debater o assunto dentro do partido, no encontro nacional. O ex-presidente Lula não foi ao evento em Brasília e foi representado pela presidente nacional da legenda, deputada Gleisi Hoffmann (PR).

Gleisi disse que o ato de filiação de Alckmin tem “imenso significado para o futuro do Brasil” e afirmou que é preciso fazer um “grande movimento de união” de forças políticas em torno de Lula. Em nenhum momento no evento Gleisi citou Alckmin como vice. O ex-presidente Lula não se pronunciou ontem publicamente sobre a filiação de seu provável parceiro na chapa.

Ao debater a “conjuntura e tática eleitoral”, primeiro item da reunião de hoje do PT, o partido deve discutir também os impasses com o PSB em Estados como São Paulo, Espírito Santo e Rio Grande do Sul, onde as duas legendas têm pré-candidatos. Outro tema a ser fechado hoje é a agenda de viagens e o cronograma eleitoral, para o anúncio de apoios e do vice.

O ex-presidente tem retomado pouco a pouco as agendas na rua e deve intensificar as viagens a partir de abril. No fim de semana passado, esteve no Paraná. Amanhã, fará uma agenda com o coordenador nacional do MTST Guilherme Boulos (Psol) em Santo André (SP), em visita a moradias populares. Depois, irá para o Rio e ficará no Estado até quarta-feira, para encontros com políticos e para participar de evento dos 100 anos do PCdoB.

Valor Econômico