Bolsonaro quer usar Petrobrás para fazer média com eleitor

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Foto: Daniel Marenco / Agência O Globo

O presidente da Petrobras, general Silva e Luna, está balançando no cargo por pressão do presidente da República, Jair Bolsonaro, e também do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Ambos tem criticado a empresa em função do aumento dos preços dos combustíveis.

Primeiro é preciso entender por que Lira é aliado de Bolsonaro. Ele é o grande administrador do orçamento secreto, tem tido vantagens concretas com essa forma de distribuição de dinheiro público. Não há transparência, e a Câmara pediu mais tempo ao STF para cumprir um requisito básico que é dizer quem é o autor do pedido para determinada emenda. Há essa excrescência no orçamento, que é parte dos recursos ser administrado por parlamentares sem que a sociedade saiba quem e para onde. Isso fere o princípio constitucional da publicidade com o dinheiro público. O Congresso é obrigado a dizer, e a ministro Rosa Weber, do STF, determinou que isso fosse feito.

Segundo, ele quer que seja aprovado um auxílio emergencial para combustível. E por que isso? Porque assim conseguirá burlar a lei eleitoral que proíbe a criação de benefícios perto da eleição. O projeto aprovado no Senado, PL 1472, criaria o benefício, mas só depois das eleições. Lira tenta burlar também essa regra.

Tanto Bolsonaro quanto Lira fritam Silva e Luna publicamente, e os detalhes estão sendo informados pela colunista Malu Gaspar. Bolsonaro não deve encaminhar o nome de Silva e Luna como conselheiro na próxima reunião. E com isso ele não poderá ser presidente da Petrobras, porque é preciso também se conselheiro. Isso também aconteceu com Roberto Castello Branco. Silva e Luna não quer segurar preços, a mando de Bolsonaro e Lira. Está respeitando a lei das estatais e a autonomia da empresa.

Não há orçamento para esse benefício, e por isso a ideia de fazer com recursos extraordinários, ou seja, por fora das regras fiscais. O recurso virá via endividamento, para beneficiar Bolsonaro.

Lira provocou a Petrobras em suas redes sociais porque o petróleo havia caído. Mas contem subiu 9% o barril do tipo brent e voltou a ficar acima dos US$ 100. O que caiu mesmo foram as ações da Petrobras, por mais um risco de interferência política.

Bolsonaro quer colocar o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, que já promoveu o absurdo de bolsonarizar um time de futebol. O Flamengo tem que ser neutro, porque não é um partido, tem que respeitar a escolha partidária e política dos seus torcedores. O Flamengo não pode entrar nisso.

Tudo isso é para dar mais um benefício em ano eleitoral e ajudar na reeleição do presidente Jair Bolsonaro.

O Globo