Centrão já tem dois nomes para o Ministério da Educação

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Foto: Reprodução

Com a saída de Milton Ribeiro do Ministério da Educação, assume interinamente o secretário-executivo da pasta, Victor Godoy, até que o presidente Jair Bolsonaro escolha um substituto definitivo. Servidor de carreira da Controladoria-Geral da União (CGU) desde 2004, no qual atuou como auditor fiscal e chefe de divisão, ele ocupa o segundo cargo do ministério em julho de 2020. Será o quinto ministro da Educação desde o início do governo de Jair Bolsonaro.

O servidor é formado em Engenharia de Redes de Comunicação de Dados, com pós-graduação em Altos Estudos em Defesa Nacional pela Escola Superior de Guerra (ESG); em Globalização, Justiça e Segurança Humana pela Escola Superior do Ministério Público, em parceria com duas universidades internacionais.

A indicação do secretário-executivo para ser ministro partiu de Milton Ribeiro e foi comunicada ao presidente Bolsonaro ainda no final de semana. Contudo, outros dois nomes, o presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Marcelo Ponte, e o diretor de Ações Educacionais também do Fundo, Garigham Amarante Pinto, são cogitados para assumir o cargo.

Os dois nomes são ligados ao Centrão. Ponte foi chefe de gabinete do ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, presidente licenciado do PP. Garigham foi assessor do PL, partido ao qual Bolsonaro é filiado. Ambos deixaram as legendas para assumir os cargos no FNDE.

A exoneração de Milton Ribeiro, que não é filiado a qualquer agremiação política, abre brecha para que o Centrão ocupe o MEC. O interesse do bloco partidário está no volume do orçamento e na capilaridade de ações da pasta nos municípios do país.

Em ano eleitoral, o comando do MEC é visto como um ativo importante para viabilizar candidaturas em cidades do interior. O órgão ainda é responsável pela regulação da criação e funcionamento de instituições de ensino superior privadas, um mercado bilionário no país.

Milton Ribeiro ficou menos de dois anos à frente do MEC. Em sua passagem, acumulou episódios polêmicos até cair por suspeita de corrupção. São conhecidas suas declarações homofóbicas. Em uma entrevista, disse que homossexualidade está associada a “famílias desajustadas”. A frase resultou na abertura de uma ação pela Procuradoria Geral da República.

No início de março, Ribeiro voltou a comentar sobre diversidade. “Nós não vamos permitir que a educação brasileira vá por um caminho de tentar ensinar coisa errada para as crianças. Coisa errada se aprende na rua. Dentro da escola, a gente aprende o que é bom, o correto, o civismo, o patriotismo”, afirmou o ministro que sai do governo por suspeita de corrupção.

Correio Braziliense