Leite vai tocar fogo no PSDB

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Foto: Egberto Nogueira/Ímãfotogaleria/VEJA

Agora decidido a permanecer no PSDB, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, telefonou para aliados ontem e para o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, para pôr fim à novela sobre seu destino político. Interlocutores do gaúcho dizem que pelo menos três fatores pesaram para que ele desistisse de trocar de partido para se lançar candidato à Presidência.

O primeiro é que há, na avaliação de pessoas próximas a ele, chances reais de ele viabilizar sua candidatura pelo próprio PSDB. Um cenário pavimentado pelo baixo desempenho de João Doria nas pesquisas e pela existência de um grupo unido de desafetos do governador paulista dentro do partido. A tese é que a ala liderada por Aécio Neves nas prévias tucanas vem ganhando cada vez mais adesões. Por isso, Leite deixará o governo gaúcho de qualquer forma, no dia 2 de abril.

Segundo, pesou na decisão, ainda segundo relatos, a sinalização clara do PSD de Gilberto Kassab na direção do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Kassab já declarou em mais de uma ocasião que pretende caminhar com Lula no segundo turno. Teve até quem especulasse que Leite poderia assumir um ministério importante num eventual governo petista.

Por fim, segundo um interlocutor do governador, há o entendimento de que o PSDB é um partido com estrutura sólida e determinado a investir na campanha ao Palácio do Planalto. Havia no time de Eduardo Leite a preocupação com os recursos disponíveis para bancar uma candidatura presidencial pelo PSD, uma vez que o partido vem há tempos tratando a eleição para o Congresso como prioritária.

Mesmo com razões de sobra para ficar no PSDB, Eduardo Leite vai enfrentar uma briga dura com João Doria daqui para frente. Ontem, o presidenciável tucano falou em “golpe” ao criticar a mobilização do grupo contrário à sua candidatura. Aliados de Doria insistem que ele é “absolutamente obstinado” e irá até o último minuto. Eles entendem que, se lá na frente Doria entender que é de fato o caso de recuar, provavelmente trabalhará para que o PSDB apoie o candidato de centro melhor colocado nas pesquisas.

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