Moro e MBL podem romper aliança

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Foto: Reprodução

Sergio Moro precisava agir rápido quando o áudio do deputado estadual Arthur Do Val foi vazado. O conteúdo era tão medonho que Moro virou alvo de forte pressão nas redes sociais. Afinal, não condenara antes outras falas absurdas do aliado — até ali seu candidato ao governo de São Paulo.

Moro foi, então, aconselhado a bater duro. E bateu. Mas não articulou a resposta com seus aliados do MBL, grupo do qual do Val faz parte, e ainda falou em “crime” — o que fez estremecer a relação com aqueles que estavam coordenando a campanha para o pré-candidato a presidente.

Tão logo a nota foi tornada pública, o ex-juiz da Lava Jato e ex-ministro de Bolsonaro começou a receber telefonemas contrariados com reclamações do tipo: “você bateu mais duro que os nossos inimigos”; “somos nós que seguramos sua onda, os únicos que defendemos você e você faz dessa forma?”.

O relato completo de um dos diálogos você ouve aqui no podcast Papo de Política.

O entusiasmo do MBL com Moro já não era dos maiores, mas o movimento precisava de um candidato a presidente para tentar recuperar parte da força que conquistou nas manifestações de 2013 e que perdeu após romper com o bolsonarismo.

“Nosso objetivo agora é tentar salvar o Mamãe Falei (apelido de Arthur do Val), a campanha de Moro fica para segundo plano”, disse um integrante do MBL ao blog sob condição de anonimato. Este blog, então, indagou se isso significaria fazer “corpo mole” na eleição. E a resposta foi um seco “sim”.

Publicamente, entretanto, lideranças do MBL dizem que nada mudou e que eles seguem firmes com Sergio Moro. Mas os relatos feitos nos bastidores mostram uma postura oposta.

O blog foi conversar com pessoas próximas ao pré-candidato para saber qual seria o tamanho da baixa caso o MBL não volte a se engajar como poderia. “Quer saber? É até melhor. Esse pessoal do MBL é pura encrenca”, contou.

O Conselho de Ética da Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) iniciou processo que pode gerar a cassação do mandato de Arthur do Val, que nas redes sociais lamentou e disse que será cassado “em tempo recorde”.

G1