PGR livra a cara de filho de Bolsonaro de novo

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Rayssa Motta

02 de março de 2022 | 20h03

Cobrada a se posicionar sobre o pedido para investigar a presença do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e do assessor Tércio Arnaud na comitiva presidencial à Rússia, a Procuradoria-Geral da República (PGR) disse nesta quarta-feira, 2, que quer ouvir o Planalto antes de se manifestar.

O parecer enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) é assinado pela subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo. Em uma análise preliminar, ela sinaliza que não vê ‘plausibilidade jurídica’ para abrir uma investigação sobre a viagem, mas sugere que a Presidência da República seja notificada a prestar informações ‘com o escopo de melhor esclarecimento da situação jurídica reportada’.

O pedido de investigação foi feito pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) no inquérito das milícias digitais, que se debruça sobre a atuação de grupos organizados na internet para promover desinformação e ataques contra a democracia.

Ao acionar o STF, o senador afirmou que ‘os principais ataques hackers’ têm origem na Rússia. Também lembrou que Carlos Bolsonaro e Tércio Arnaud foram apontados na CPMI das Fake News como integrantes do chamado gabinete do ódio – estrutura que agiria de dentro do Planalto para patrocinar investidas contra opositores do governo nas redes sociais.

Na avaliação a subprocuradora, no entanto, não há ‘elementos mínimos indiciários de qualquer prática delitiva’ que justifiquem uma apuração.

Lindôra também sugere a redistribuição da representação. O pedido foi enviado direto ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito das milícias digitais e de outras investigações incômodas ao Planalto.

“As críticas e opiniões pessoais do Senador serão bem-vindas na tribuna ou como matéria midiática, mas não como representação criminal, não tendo qualquer pertinência ou prevenção com o INQ 4874/DF [milícias digitais]”, escreve.

Estadão