Leite se alia a Tebet para derrubar candidatura de Doria

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Foto: Claudio Belli/Valor

Horas após se encontrar com a senadora Simone Tebet (MDB), Eduardo Leite (PSDB) jantou com aliados da sigla tucana que encabeçam a resistência à pré-candidatura de João Doria (PSDB) à presidência da República.

A conversa de pouco mais de uma hora com a postulante emedebista ao Palácio do Planalto fez crescer entre os integrantes da tropa anti-Doria a aposta de uma dobradinha entre o ex-governador do Rio Grande do Sul e a parlamentar na disputa nacional.

Ele jantou com os principais articuladores do PSDB para que ele substitua Doria na corrida presidencial, entre eles, os senadores Tasso Jereissati (CE) e José Aníbal (SP), o deputado Aécio Neves (MG) e o ex-ministro Pimenta da Veiga.

A avaliação do grupo pro-Leite é que um conjunto de fatores contribuiu para o fortalecimento de seu nome para a composição nacional, como a sua disposição em ocupar qualquer posição na disputa, o que demonstra abertura em ceder a cabeça de chapa a algum nome apresentado por um partido aliado, e a manobra feita por Doria, seu adversário interno, para que a cúpula do partido saísse em defesa das prévias e reforçasse que ele é o pré-candidato tucano ao Planalto.

Segundo apurou o Valor, os aliados de Leite classificaram como “frutífera” a aproximação dele com Tebet. Para eles, uma eventual dobradinha entre os dois, independente da posição que ocupem, largou na frente das demais combinações.

Diante do veto ao nome de Sergio Moro no União Brasil e com a perspectiva de que Luciano Bivar (PE) será apresentado como pré-candidato pelo partido que nasceu do casamento entre PSL e DEM, os tucanos alinhados com Leite acreditam que a nova legenda será decisiva na definição de quem será o cabeça de chapa do grupo de siglas por ter mais tempo de TV e recursos para financiar a campanha.

Apesar disso, eles apostam que Bivar será o primeiro nome descartado da lista de possíveis presidenciáveis da chapa única. Além de ser pouco conhecido, o presidente nacional do União seria alvo de ataques de Bolsonaro e seus apoiadores, que resgatariam o episódio do desembarque do presidente do antigo PSL, então comandado por Bivar.

Ontem, dirigentes de PSDB, MDB, União Brasil e Cidadania decidiram antecipar o calendário e anunciaram que o nome do candidato único do grupo será definido em 18 de maio. A expectativa inicial é que o desfecho ocorreria apenas entre junho e julho.

A decisão de antecipar o cronograma foi bem recebida pelos aliados de Leite, que avaliam que o calendário ficará menos apertado para que o nome escolhido possa se viabilizar como alternativa para romper a polarização entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Além disso, eles acreditam que, em pouco mais de 40 dias, Doria não conseguirá recuperar o fôlego e voltar a mobilizar seu grupo após “a trapalhada” da semana passada, quando ameaçou abandonar a pré-candidatura ao Planalto e permanecer à frente do Palácio dos Bandeirantes, o que irritou até mesmo aliados mais próximos do paulista.

O gaúcho desembarcou em Brasília na manhã de quarta-feira e se encontrou com correligionários como os deputados Carlos Sampaio (PSDB-SP), Samuel Moreira (PSDB-SP) e o senador Alessandro Vieira (PSDB-SE). Além da conversa com Tebet, se reuniu com Roberto Freire, presidente nacional do Cidadania, partido que se federou com o PSDB neste ano.

Valor Econômico