Lula apoiará candidato do PSB em Pernambuco

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Foto: Evaristo Sá/AFP

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o seu candidato ao Governo de Pernambuco é o deputado federal Danilo Cabral (PSB) e não a deputada Marília Arraes (Solidariedade), que deixou o PT no começo deste ano.

Em entrevista na manhã desta sexta-feira (29), o petista afirmou que lamentou “profundamente” a saída de Marília do partido e que mantém uma relação de respeito pela parlamentar, mas que irá trabalhar pelo nome do socialista no governo do estado.

“Tenho um acordo com o PSB, que é nacional. Então meu candidato é o Danilo. O PSB ganhou uma dimensão nacional importante para nós e essa aliança é muito importante.”

“Embora eu mantenha toda relação que eu tenho de respeito pela Marília, eu, sinceramente, vou trabalhar para que Danilo seja o governador do estado de Pernambuco. Esse é o meu compromisso com o PSB”, afirmou.

Lula disse, no entanto, que não irá criar problemas caso a parlamentar queira usar sua imagem ao longo da campanha. Como a Folha mostrou, Marília deseja explorar a imagem do ex-presidente, com quem ela dividiu diversos atos políticos ao longo de seis anos no PT.

“Não vou criar nenhum problema. Vai ter mais gente, inclusive de partidos mais conservadores, que vai querer trabalhar a minha candidatura e eu, obviamente, não vou brigar com ninguém. Quanto mais voto, melhor. Mas o meu apoio é para o Danilo”, disse.

Pré-candidata ao governo do estado, Marília rompeu em março com o PT em razão de ter se sentido preterida na formação da chapa local. Ela tinha planos de ser candidata ao Senado. Embora em novo partido, a deputada mantém o apoio à candidatura presidencial de Lula.

Ainda na entrevista, Lula voltou a defender a aliança com o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), que deverá ocupar a chapa como vice-presidente, e afirmou que as disputas que tiveram no passado sempre foram respeitosas.

“É muito importante fazer essa aliança com o Alckmin primeiro pela representatividade que tem, um político com 20 anos de governança de São Paulo, muito preparado. E ele vai completar a necessidade que tenho de falar com outros segmentos da sociedade”, afirmou.

O petista também defendeu a ex-presidente petista Dilma Rousseff (PT), disse que tem orgulho dela e que ela desempenhará o papel que quiser em sua campanha.

“Ela irá fazer o que quiser na minha campanha, será cabo eleitoral da minha campanha (…) A Dilma será minha companheira antes, durante e depois das eleições.”

Também na entrevista, Lula comentou a decisão do Comitê de Direitos Humanos da ONU que concluiu que os procuradores da Lava Jato e o ex-juiz Sergio Moro foram parciais em relação aos casos investigados contra o ex-presidente.

Ao ser questionado sobre se ele perdoava os seus delatores, a exemplo do ex-ministro Antonio Palocci, Lula desconversou e disse que a decisão da ONU mostrou “a falácia do que foi o processo contra mim, a decisão de não me deixar ser candidato [em 2018], de me prender”.

“Ontem [quinta-feira] a ONU deu um chute nisso e mostrou a pouca vergonha que foi feita (…) Não quero provar mais nada. Quem tem que pedir desculpas para mim é quem me acusou falsamente”, continuou.

Folha