Bolsonaro tentou desmoralizar quem comandará eleições

Todos os posts, Últimas notícias

Foto: Fábio Faria // Marcos Correa/PR

A decisão do presidente Jair Bolsonaro de apresentar notícia-crime contra Alexandre de Moraes por abuso de autoridade tem um único objetivo: descredibilizar o ministro que, em outubro, anunciará o vencedor das eleições presidenciais.

Bolsonaro já elegeu Alexandre de Moraes como seu “inimigo pessoal” e agora dá mais um passo em direção à narrativa de perseguição que ele provavelmente vai usar em outubro.

Se o cenário desenhado hoje se confirmar, o atual presidente sairá do poder e deve usar o discurso de que foi perseguido e atacado por Moraes, que assumirá o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Essa estratégia já foi usada por Bolsonaro em outras ocasiões. Quando ele critica um veículo de imprensa ou ataca um jornalista de forma direta, por exemplo, o seu objetivo é tirar a legitimidade de profissionais que estão há anos construindo uma carreira sólida.

 

O que Bolsonaro quer é atacar hoje para se fazer de vítima amanhã. Como se dissesse para os seus seguidores mais fiéis: “estão vendo, eu avisei que ele (jornalista, órgão de imprensa, ministro de uma corte superior) era parcial”.

A notícia-crime contra Alexandre de Moraes está nas mãos d9 ministro Dias Toffoli.

Essa será uma ótima oportunidade para o magistrado dar uma resposta contundente para Bolsonaro e para o país. Esse jogo do presidente de dizer que os seus “inimigos” têm uma agenda ideológica a cumprir está ficando cada vez mais evidente.

A agenda ideológica, na verdade, é dele, que tenta impor suas ideias extremistas e colocar todos que discordam dele como inimigos pessoais.

É claro que não houve abuso de autoridade por parte de Alexandre de Moraes, mas o objetivo do presidente é desgastar a imagem do ministro até as eleições para tentar convencer seus seguidores de que há sim uma perseguição em curso.

Veja