Bolsonaro usa pandemia para ‘explicar’ seus fracassos

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Foto: Sergio Lima/AFP

Jair Bolsonaro tem conseguido driblar seus adversários na disputa ao Planalto com uma poderosa cortina de fumaça. Enquanto estimula sua agenda golpista contra as instituições, ele leva o debate dos oponentes para o campo da defesa da democracia.

Nas redes bolsonaristas, no entanto, o slogan mais martelado pelo Planalto foca na economia, hoje o campo que mais provoca rejeição a Bolsonaro. Para combater o “tá caro, a culpa é do Bolsonaro”, o bolsonarismo lançou o “fique em casa, a economia a gente vê depois”.

Na visão de aliados do presidente, a frase tem ajudado Bolsonaro a reverter a rejeição de setores da sociedade. O eleitor esqueceu o que foi Bolsonaro durante o período mais grave da pandemia. Aceita com facilidade o argumento de que as medidas de segurança sanitária ajudaram a produzir a crise econômica. Ficou, para contar a história, a versão do presidente de que todas as desgraças econômicas do país estão ligadas a medidas de governadores, que assumiram a dura missão de combater o avanço do vírus.

A incompetência do presidente, que renunciou ao papel de líder da nação para passar a boicotar de todas as formas o trabalho contra o vírus é algo esquecido no debate atual.

“Apesar de toda a crise em torno da inflação, nada pega no Bolsonaro. O discurso dele nesse campo, colocando a culpa na pandemia e nos governadores, não rebatido diretamente pelos adversários, é o que tem ajudado”, diz um importante aliado do Planalto.

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