Fux se acovarda e foge de bolsonaristas

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Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O direito de ir e vir assegurado pela Constituição a todos os brasileiros e também o de se expressar livremente foram gravemente violados com a ajuda do ministro Luiz Fux, presidente do Supremo Tribunal Federal. No caso, os direitos do próprio Fux.

A convite do Centro da Indústria, Comércio e Serviços da cidade gaúcha de Bento Gonçalves, a 122 quilômetros de distância de Porto Alegre, Fux iria até lá para fazer uma palestra no próximo dia 3, que teria como título “Risco Brasil e Segurança Jurídica”.

O ministro desistiu da viagem depois de saber da reação de empresários bolsonaristas à sua presença entre eles. Um deles, Roni Kussler, no Facebook, escreveu que pedira à presidência do Centro que cancelasse a palestra. Mais tarde, apagou a mensagem.

A financeira Sicredi, em carta aos seus associados, disse que comunicara à direção do Centro que sua marca deveria ser retirada da divulgação do evento considerando “os impactos” negativos que ela poderia sofrer. Prometeu ficar mais atenta no futuro.

O Centro, por meio de assessoria, argumenta que sua sede fica no Parque de Exposições da Fenavinho, e que ali haverá outro evento já em fase de montagem. Se houvesse protestos no local contra Fux, não haveria como garantir a segurança dele.

Por isso, o Centro recorreu à subseção da Ordem dos Advogados do Brasil da cidade, que chegou a encontrar outro lugar para que Fux fizesse em paz a sua palestra – o Spa do Vinho, com a vantagem de que ele ali ficaria hospedado. Mas deu ruim.

Fux soube de tudo e preferiu cancelar a viagem a Bento Gonçalves. O deputado federal bolsonarista Bibo Nunes (PL-RS) comemorou a decisão de Fux: “Isso comprova que nenhum ministro do STF pode andar na rua no Brasil. Nem em local fechado”.

Nunes negou sua participação no movimento hostil ao ministro que tomou conta das redes sociais: “Em momento algum, incentivei qualquer tipo de vandalismo e de violência contra Fux. Trata-se de protesto pacífico, que é da democracia”.

Tristes tempos, estes, em que o presidente de um dos Poderes da República se deixa intimidar.

Metrópoles