Lula entra em campo para unir PSB e PT em SP

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Foto: Ricardo Stuckert Ricardo Stuckert/Reprodução

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará uma nova ofensiva nesta sexta-feira para tentar uma construir uma candidatura única entre PT e PSB ao governo paulista. O ex-presidente escalou seu vice na chapa presidencial, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), para auxiliá-lo na negociação e tentar convencer o ex-governador Márcio França (PSB) a desistir da disputa estadual para compor a chapa do petista Fernando Haddad. França, no entanto, tem dito que não recuará da pré-candidatura.

Lula marcou uma reunião com o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, Alckmin e França, em São Paulo, para discutir o cenário paulista e buscar um acordo, a pouco mais de quatro meses das eleições.

O PT reiterou que não recuará da pré-candidatura e planeja lançar oficialmente Haddad no próximo mês, já com as definições de quem ocupará a vice e a vaga ao Senado. O partido ofereceu as duas vagas ao PSB e aposta em França para senador. Na avaliação do presidente do PT estadual de São Paulo, Luiz Marinho, seria a chance de a centro-esquerda conquistar a vaga ao Senado.

O PSB, no entanto, defende a candidatura própria no Estado. Com a desistência do ex-governador paulista João Doria (PSDB) de concorrer à Presidência, o partido argumenta que a pré-candidatura de França é fundamental para dificultar o crescimento do governador Rodrigo Garcia (PSDB), pré-candidato à reeleição, na disputa estadual. Sucessor de Doria, Garcia teme ser prejudicado pela alta rejeição de Doria no Estado e tem procurado se dissociar de seu antecessor e padrinho no PSDB.

Na avaliação de dirigentes do PSB, França ajudaria a captar votos do interior paulista, sobretudo de redutos tradicionalmente tucanos, mas que são críticos à atuação de Doria. A presença de Alckmin no palanque de França facilitaria ainda mais essa busca pelo eleitorado conservador. Com isso, segundo lideranças do PSB, a pré-candidatura de Rodrigo Garcia teria mais dificuldade para crescer no primeiro turno e França daria mais um palanque para Lula e Alckmin no Estado, além de Haddad. Com um discurso mais moderado do que o do PT, França tem argumentado que pode ampliar a votação de Lula em São Paulo e trazer um número maior de votos da centro-direita ao pré-candidato petista à Presidência do que se estivesse na mesma chapa de Haddad. O PSB avalia ainda que no primeiro turno haveria um pacto de não-agressão com o PT no Estado e que no segundo turno o acordo já está selado.

França, no entanto, está isolado e só tem apoio do PSB. Já Haddad tem PCdoB, PV, Psol e Rede.

Valor Econômico