Neta de banqueiro denunciou Moro por fraude eleitoral

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Foto: Reprodução

O Ministério Público Eleitoral (MPE) encaminhou à Polícia Federal, nessa segunda (16/5), uma apuração sobre eventual fraude na mudança de domicílio eleitoral do ex-ministro Sergio Moro (União), do Paraná para São Paulo. O caso chegou ao MPE por meio de uma representação feita por Roberta Moreira Luchsinger.

Herdeira e empresária, Luchsinger se destacou no passado por ter prometido doações vultosas ao ex-presidente Lula (PT), além de ter concorrido a deputada federal pelo Partidos dos Trabalhadores e ter sido casada com o ex-delegado Protógenes Queiroz, responsável pela Operação Satiagraha. Agora, é pré-candidata novamente a deputada federal – desta vez, concorrerá pelo PSB.

Em suas redes sociais, Roberta diz que “luta pelo desenvolvimento social, pelo acesso rápido à saúde pública, pela educação alimentar nas escolas e pelos direitos das mulheres”.

Em entrevista ao Metrópoles, ela chamou Sergio Moro de um “oportunista eleitoreiro” e disse que o que motivou sua representação no MPE foi a notícia de que ele estava morando em um flat.

“Todo mundo sabe que o Moro nasceu em Maringá e mora em Curitiba. Quando eu vi ele querendo sair candidato a presidente, deputado, senador, nem sei mais o que, por São Paulo, morando em um hotel, eu percebi ‘isso é errado’. O Moro já é uma pessoa imoral. Falei com a advogada [Maíra Recchia], ela concordou comigo, nós fizemos uma representação”, conta.

Para Roberta, “não cola” a justificativa de que o ex-juiz possui vínculos políticos e sociais com São Paulo e que já estava morando aqui desde o ano passado. “O problema do Moro agora é com a Polícia Federal. Quem com a PF fere, com a PF será ferido”, brinca.

Roberta tem 37 anos e é neta do ex-banqueiro suíço Peter Paul Arnold Luchsinger, que morreu em 2017. Naquele ano, ela ganhou fama por ter prometido doar dinheiro e itens de luxo (um relógio Rolex, uma bolsa de grife e um anel de diamantes) a Lula, que tivera seus bens bloqueados pelo então juiz Moro. Ao todo, a doação somava R$ 500 mil.

Mas a promessa expôs contradições no padrão de vida da empresária. Está em fase de execução na Justiça um processo no qual Roberta deve R$ 248 mil por não pagar o condomínio de seu apartamento em Higienópolis, bairro nobre da capital paulista.

Ela chegou a firmar acordos para pagar a dívida, mas não chegou a cumpri-los. Por isso, o processo de cobrança segue.

No ano passado, Roberta informou que não tinha bens que poderiam ser utilizados para pagar a dívida, mas o juiz determinou que fossem penhorados seus artigos de luxo, como joias e bolsas de grife. Em abril deste ano, a Justiça autorizou que um perito avalie as obras de arte que ela possui, a fim de verificar quanto valem.

Nas eleições de 2018, quando postulou uma vaga de deputada estadual, ela informou à Justiça Eleitoral o apartamento como seu único bem, avaliado em R$ 1,5 milhão.

Pré-candidata
A empresária diz que sempre se considerou uma pessoa de esquerda, e que é ligada à política desde jovem.

“Quem luta pelas causas que eu luto é uma pessoa de esquerda. Quem se envolve em causas sociais e vai lá para o fundão, que realmente vai trabalhar, que luta por toda a defesa das minorias, enfrentamento de preconceitos de gênero, raça, social, não tem como desvincular isso da esquerda”, diz.

Ela foi casada por três anos com um político: seu ex-marido é o ex-deputado federal e ex-delegado Protógenes Queiroz, responsável pela Operação Satiagraha, que foi deflagrada em 2008 e visava combater casos de corrupção e lavagem de dinheiro.

O término ocorreu, segundo Roberta, porque ela “cansou de ser traída”, de acordo com entrevista concedida à revista Veja em 2014.

Com 22 mil seguidores no Instagram e 38 mil no Twitter, ela usa as redes como plataforma política, preparando há meses o terreno para sua candidatura de outubro. A representação contra Moro no MPE, inclusive, é explorada por ela na internet frequentemente.

Em 2018, ela se candidatou a deputada estadual de São Paulo pelo Partido dos Trabalhadores, mas não foi eleita. Neste ano, pretende se candidatar a deputada federal pelo PSB.

Roberta afirma ser “movida pelo desejo da mudança, na vontade de ajudar na construção de um país melhor e mais justo”, e que sua candidatura “nasce de um grupo que acredita em todas as minhas causas, de uma liderança feminina”.

“Tudo o que eu venho fazendo e que já fiz me leva a querer buscar um mandato de deputada federal para poder gerar oportunidades para quem mais precisa e ajudar na reconstrução do nosso país, que hoje está em frangalhos. Você tem um país cujo presidente não respeita a população, não respeita ninguém, o que mais me motiva é o desafio dessa reconstrução”, falou.

Metrópoles